SEF avisa que o espaço disponibilizado pela ANA aeroportos para o controlo aos testes à Covid-19 não é compatível nem adequado à chegada de um número elevado de passageiros.
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Ajuntamentos de passageiros no aeroporto de Lisboa podem voltar a acontecer já este fim de semana. A TSF sabe que em períodos curtos de tempo são esperados mais de 10 voos extra comunitários.
O SEF avisa que o espaço disponibilizado pela ANA aeroportos para o controlo aos testes à Covid-19 não é compatível nem adequado à chegada de um número elevado de passageiros.
As longas filas de espera de passageiros de voos extracomunitários no aeroporto de Lisboa, do último fim de semana, podem repetir-se.
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Fontes contactadas pela TSF admitem essa possibilidade já no próximo sábado e domingo quando, tal como aconteceu no último domingo, são esperados num curto espaço de tempo mais de 10 voos extracomunitários.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, contacto pela TSF, responsabiliza a ANA - Aeroporto por ter cedido um espaço para o controlo aos testes à Covid-19 que não é compatível nem adequado à chegada de um número tão elevado de passageiros.
O SEF considera que o corredor para onde são encaminhados todos os passageiros que chegam a Lisboa em voos extracomunitários não tem as condições necessárias para receber tantos passageiros como os que recebeu no domingo passado.
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Em resposta a perguntas feitas pela TSF, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras acusa também a ANA - Aeroportos de ter estado ausente quando duas mil pessoas chegaram a este corredor e tiveram dois controlos: primeiro chegaram o comprovativo de teste à Covid-19 e depois para o controlo de documentos.
Ainda segundo o Serviço de Estrangeiro e Fronteiras, apenas uma pequena minoria de passageiros não tinha o comprovativo de realização de teste laboratorial para despiste da doença Covid-19 com resultado negativo, realizado 72 horas antes do embarque .O SEF não especifica quanto foram os passageiros que não tinham o comprovativ , mas adiantou que os passageiros foram depois encaminhados para uma equipa de saúde que se encontrava no local , para a realização do teste.
O SEF esclarece que não lhe cabe fazer o controlo de distanciamento social entre cada passageiro durante a espera, garantindo que o efetivo de inspetores é dimensionado de acordo com o número de voos. Neste dia, em duas horas e vinte minutos - entre as 7h25 e as 9h45- estiveram a fazer o controlo de dois mil passageiros entre sete a dez inspetores, quando habitualmente este serviço é feito por cinco.
A Polícia de Segurança Pública teve dois elementos no local. Contactada pela TSF deu uma resposta lacónica "na área internacional do aeroporto de Lisboa, a PSP tem como competência garantir a segurança e a ordem pública. Adicionalmente, atua também, preventivamente, no sentido de evitar os ajuntamentos".
Entretanto, ouvidas pela TSF explicam que, em bom rigor, a PSP nada pode fazer para impedir a formação de ajuntamentos neste corredor da área internacional do aeroporto de Lisboa. Adiantando esta fonte que a ordem publica nunca esteve em causa porque as pessoas aguardaram, tranquilamente, em fila, pelo controlo fronteiriço.
A mesma fonte, que pediu para não ser identificada, explica também que os passageiros que se encontravam nesta fila não podem voltar para o avião, mas também não podem andar para a frente porque estão à espera de serem controladas.
No último domingo chegaram ao aeroporto de Lisboa 18 voos de países terceiros., voos vindos da América do Sul, América do Norte e África. A bordo destes aviões vieram dois mil passageiros.
As imagens de um aglomerado de passageiros foram filmadas, precisamente neste corredor da área internacional do aeroporto, antes mesmo do primeiro controlo feito pelo SEF.
A ANA diz que se tratou de um "constrangimento pontual", mas contactada pela TSF não respondeu a perguntas como - o que aconteceu para que em 50 minutos chegassem ao aeroporto 18 voos? Vai voltar a acontecer no próximo domingo? O que está a ser feito para evitar situações idênticas no futuro?
De recordar que na segunda-feira o secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, afirmou que esperava que "o aglomerado de pessoas tivesse sido de facto, uma situação meramente pontual que não é recomendável do ponto de vista de saúde publica"
O que aconteceu não seria um problema, diz uma fonte contactada pela TSF, se os passageiros que ficam juntos neste corredor fossem os mesmos que estiveram dentro de um avião. O que aconteceu assume gravidade, adianta, quando se juntam no mesmo local, passageiros de voos diferentes, provenientes de países e de continentes diferentes e nem todos trazem o comprovativo da realização do teste laboratorial para despiste do teste à covis 19 com resultado negativo, realizado nas 72 horas anteriores ao momento do embarque.