Aeroporto no Montijo? "Se as pessoas esperarem milagres, vamos estar mais 50 anos à espera"
O autarca do Barreiro espera que não seja preciso um milagre para que as autarquias concordem com a opção Montijo. No mesmo dia em que os municípios se reúnem com o Executivo, o autarca do Seixal diz não compreender a "obsessão com o Montijo".
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O presidente da Câmara Municipal do Barreiro espera que não seja preciso um milagre para que se reúna um consenso em torno do novo aeroporto. Frederico Rosa é a favor da opção Montijo e defende que é tempo de todos assumirem responsabilidades.
"Vai ser preciso ter uma linha de entendimento comum, e algo que é ainda mais fundamental: que todos, sem exceção, que intervêm nesta situação assumam a sua responsabilidades", argumenta o autarca, sobre a reunião que esta quarta-feira se concretizará, entre o Governo e cada uma das seis autarquias mais afetadas pela obra.
Frederico Rosa acredita que não se deve protelar o projeto já estudado. "Nós precisamos de desenvolvimento e emprego, e sobre isto também me posiciono, porque, se as pessoas estiverem à espera de milagres, vamos estar mais 50 anos à espera do novo aeroporto e a discutir localizações."
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"O tempo vai passando e não se vai resolvendo, nem o problema do país, nem o problema do investimento", refere ainda o autarca."Foi sobre o Montijo que estivemos a estudar e a pedir pareceres e o estudo de impacto ambiental. É sobre esta solução que hoje iremos falar."
Frederico Rosa acredita ser "errado estar a olhar para esta questão como uma moeda de troca", por isso, para o autarca, impõe-se "olhar para aquilo que em concreto está a ser proposto", e, se no futuro, a solução Montijo não for para a frente, uma nova avaliação será feita.
Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal, considera haver um problema de fundo no encaminhamento da questão do aeroporto. "Não conheço os argumentos do Governo, mas, na comparação entre ambos, Alcochete apresenta muitas vantagens", com uma análise "de impacto válida", defende o autarca, que lembra ainda: "O prazo de validade vai até dezembro deste ano", o que significa que se pode começar a construir este ano em Alcochete.
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Apesar de saudar esta possibilidade de diálogo, Joaquim Santos diz que esta deve ser uma "solução partilhada entre o Governo e as autarquias" e acrescenta querer ouvir os motivos do Executivo e o "porquê desta obsessão com o Montijo".
António Costa chamou a São Bento os presidentes dos seis municípios mais afetados pelo aeroporto do Montijo.