Afinal, aviões da Suécia só chegam na segunda-feira. Casas ardidas, "90% ou mais" do território verde de Penedono está "negro"
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O incêndio florestal que atinge o município de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, está "completamente dominado" e estão a decorrer trabalhos de rescaldo, disse este sábado uma fonte da autarquia.
Em informação prestada à agência Lusa pelas 11h05, fonte oficial do município de Oliveira do Hospital indicou que o incêndio se encontrava "completamente dominado".
Os dois aviões Fire Boss cedidos pela Suécia para ajudar no combate aos incêndios rurais só devem chegar a Portugal na segunda-feira, devido a constrangimentos na entrega que estava programada para domingo, informou este sábado a Proteção Civil.
Num ponto de situação dos incêndios em Portugal continental, o comandante nacional da Proteção Civil, Mário Silvestre, informou que os dois meios aéreos provenientes do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, e que estavam previstos chegar no domingo, "só chegarão na segunda-feira".
"Por constrangimentos na sua operação, a informação por parte do Mecanismo é que eles só chegarão na segunda-feira", disse Mário Silvestre, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, (ANEPC), em Carnaxide (Oeiras).
A chegada dos aviões foi anunciada na sexta-feira pelo secretário de Estado da Proteção Civil, que na altura adiantou que os aviões deviam começar a operar na segunda-feira.
O incêndio rural que atingiu Penedono queimou 90% da mancha verde daquele território e deixou os cerca de três mil habitantes, que vivem da agricultura e pecuária, sem sustento, disse à agência Lusa a presidente da do município.
"Tenho 90% ou mais do território queimado, mas pronto, não chegou a nenhuma casa pelo menos, registamos isso", adiantou à agência Lusa, às 17h25, a presidente da Câmara Municipal de Penedono, Cristina Ferreira.
A autarca do norte do distrito de Viseu acrescentou que "aquilo que era um território verde está negro, num concelho que vive da terra, da agricultura, das árvores, dos animais que ficaram sem alimento nenhum".
O incêndio que na sexta-feira atingiu o município de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, destruiu duas casas de primeira habitação em Vila Pouca da Beira, disse este sábado o presidente da União de Freguesias.
Segundo o presidente da União de Freguesias de Santa Ovaia e Vila Pouca da Beira, Bruno Amado, as chamas destruíram duas casas habitadas na localidade de Vila Pouca da Beira cujos moradores foram realojados por familiares.
Na sexta-feira a freguesia foi surpreendida por uma frente de fogo proveniente de Avô e de Aldeia das Dez (município de Oliveira do Hospital), que entrou por Santa Ovaia, e uma segunda, proveniente de Digueifel, oriunda de Anceriz (município de Arganil), que atingiu Vila Pouca da Beira.
Bruno Amado referiu este sábado à agência Lusa que uma das habitações "está inabitável" e "terá que ter uma intervenção profunda para que possa ter condições para voltar a ser habitada".
A União de Freguesias disponibilizou um espaço para acolher os moradores, mas foram realojados em casa de familiares: "A situação, para já, está resolvida, carecendo depois, quando possível, darmos cabimentação àquilo que vai ser a requalificação da casa, dentro das nossas disponibilidades."
A outra casa atingida pelas chamas, onde residia um homem, também em Vila Pouca da Beira, "perdeu-se por inteiro".
O morador "está com os pais" e "estão todos bem", disse, indicando que também foram salvos alguns animais (cães e ovelhas).
Está em curso uma campanha solidária para reerguer a habitação destruída, mas a autarquia também ficará atenta à situação.
"E, para já, são estas as situações, evidentemente com a destruição ainda longe de ser quantificada e de perceber o que é que foi realmente [destruído pelas chamas], como casas de segunda habitação, como empresas [...], quer dizer, ainda não se fez esse levantamento também em virtude daquilo que se está a passar", declarou.
A Câmara de Aguiar da Beira registou várias casas ardidas, das quais "duas ou três" eram de primeira habitação, no incêndio que assola o concelho desde quarta-feira e que deixou já um rasto de destruição "muito grande".
"Arderam várias casas, duas ou três habitadas, e as restantes eram de segunda habitação. Não consigo quantificar ao certo o total de habitações afetadas, esse é um levantamento que vamos iniciar na próxima semana, se o fogo deixar", afirmou este sábado o presidente do município, Virgílio Cunha, à agência Lusa.
O autarca aguiarense afirmou que o fogo atingiu sobretudo barracões e armazéns agrícolas, alfaias, terrenos cultivados, pastos, fenos e soutos e pinhais.
Este sábado a situação é "muito mais calma" do que na sexta-feira em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, onde os operacionais e a população estão atentos aos reacendimentos.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inteirou-se este sábado do estado de saúde do ferido grave no incêndio da Guarda, cuja recuperação está a acompanhar, divulgou a página da presidência.
O Presidente da República "falou telefonicamente com a esposa do ferido grave no incêndio da Guarda, no qual faleceu um antigo autarca, para se inteirar do estado de saúde do marido", pode ler-se numa nota oficial na página da presidência.
Marcelo Rebelo de Sousa desejou ao homem, que se encontra internado Marcelo Rebelo de Sousa desejou ao homem, que se encontra internado na Unidade Local de Saúde Universitária de Coimbra, devido às queimaduras sofridas, "que possa recuperar o mais rapidamente possível dos graves ferimentos".
O homem ficou gravemente ferido no fogo que começou na manhã de sexta-feira, em Pêra do Moço, no concelho da Guarda, e avançou para os concelhos de Trancoso e Pinhel.
Do mesmo incêndio resultou uma vítima mortal, o antigo presidente da Junta de Vila Franca do Deão, naquele concelho, Carlos Dâmaso, com cerca de 40 anos, que faleceu no combate às chamas.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve este sábado um homem de 19 anos pela presumível autoria de um crime de incêndio florestal, ocorrido na noite de sexta-feira, em Seia, no distrito da Guarda.
O jovem foi detido por elementos do Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Guarda, com a colaboração do posto territorial da GNR de Seia.
"O suspeito terá ateado o incêndio com recurso a chama direta, sem motivo evidente, pondo em risco floresta e habitações em plena Serra da Estrela, num dia fortemente marcado por incêndios florestais no mesmo distrito, que causaram, inclusive, a morte de um cidadão e ferimentos graves noutros", refere a Judiciária num comunicado enviado à agência Lusa.
Segundo a PJ, o fogo não assumiu maiores proporções graças à intervenção de populares e veraneantes que passavam no local, "os quais debelaram as chamas no seu início por meios próprios"
"Já investigado no passado pelo mesmo tipo de crimes", o detido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
O inquérito é dirigido pelo Ministério Público da Guarda.
Os incêndios florestais consumiram até este sábado 139 mil hectares, metade dos quais em apenas dois dias, o que representa 17 vezes mais do que a área ardida no mesmo período do ano passado, segundo dados provisórios do ICNF.
De acordo com a informação disponibilizada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entre 1 de janeiro e 14 de agosto, tinham ardido 74.931 hectares, um número que subiu para 139.091 à data deste sábado.
Estes dados revelam que apenas nos últimos dois dias, arderam 64.160 hectares, 46% do total ardido desde o início do ano.
Quando comparado com o período homólogo, verifica-se que a área ardida este ano é cerca de 17 vezes superior aos 7.949 hectares de floresta que arderam entre 1 de janeiro e 15 de agosto de 2024.
A área ardida este ano é também a segunda maior desde 2017, ano que contabilizou um total de 164.249 hectares de área ardida até 15 de agosto.
O ICNF especifica que desde o início do ano, até hoje, deflagraram 6.229 incêndios, a grande maioria em matos (48%) e povoamentos florestais (40%), e a restante em terrenos agrícolas (12%).
Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de incêndios aumentou 79%.
Fazendo o balanço dos últimos dois dias, verifica-se que entre 14 e 16 de agosto foram registados mais 231 incêndios, de 5.998 para 6.229.
O incêndio florestal em curso na serra da Lousã, no distrito de Coimbra, mantém-se com a frente da Ribeira de São João ativa e a frente de Serpins está em consolidação.
Numa informação divulgada este sábado às 09h30, na sua página de Facebook, o município da Lousã explica que apesar da frente de Serpins estar em consolidação, os meios mantêm-se no terreno.
"Continua interdita à circulação automóvel a EN342, entre o fim da Variante e a Portela de Albergaria (limite do concelho), bem como o acesso a Vilarinho. Estão também interditas a EN236 e a Estrada de Cacilhas / Hortas, acesso às aldeias", lê-se na nota.
A autarquia informa ainda que a Biblioteca Municipal Comendador Montenegro encontra-se aberta, para acolhimento de pessoas que tenham sido retiradas ou que tenham necessidade de apoio, bem como para a receção de bens alimentares e outros.
"Apelamos uma vez mais a toda a população para evitar comportamentos de risco e deslocações às zonas afetadas, permitindo que as equipas de emergência desenvolvam o seu trabalho de forma eficaz e segura", lê-se ainda na nota.
O fogo em Arganil está a ser combatido por mais de mil operacionais com o apoio de 15 aeronaves. À TSF, o autarca, Luís Paulo Costa, adianta que há duas frentes ativas que preocupam as autoridades.
"Junto à aldeia de Porto Castanheiro, uma zona conhecida como a casa do PPD está a ser objeto de ataque direto, quer de aeronaves, quer de meios terrestres. Temos outra situação que também neste momento tem algum nível de preocupação, em torno da aldeia de Benfeita", explica à TSF Luís Paulo Costa.
Os incêndios que lavram na região centro do país obrigaram ao corte de seis estradas nacionais, nos dois sentidos, nos distritos de Coimbra e Guarda, segundo a GNR.
Em comunicado, atualizado às 11h00 deste sábado, a Guarda Nacional Republicana (GNR) adianta que estão interditas à circulação seis estradas nacionais (EN).
Assim, no distrito de Coimbra, está a EN 230, entre Quinta da Tapada e Parede; EN236, entre a vila da Lousã e a localidade de Pêra; e a EN342, entre as localidades de Reta do Sol e Mata do Sobral.
No distrito da Guarda estão interditas, também nos dois sentidos, a EN102, entre as localidades de Marialva e Longroiva; EN221, entre as localidades de Gouveias e Pinhel; e EN226, nas proximidades das localidades de Ponte Abade, Rio de Mel e Peroferreiro.
Os incêndios no concelho da Guarda não têm frentes ativas, mas os meios e a população continuam no terreno em trabalhos de rescaldo e vigilância, disse à Lusao presidente da Câmara Municipal.
"As frentes do Codesseiro e Avelãs de Ambom foram debeladas durante a noite e a frente que vinha do Sabugal perdeu intensidade no nosso concelho, já na localidade da Quinta de Gonçalo Martins, não sendo atualmente preocupante do nosso lado", adiantou Sérgio Costa à agência Lusa.
O fogo começou na manhã de sábado em Pêra do Moço e avançou para os concelhos de Trancoso e Pinhel.
Do incêndio resultou um morto, o ex-autarca de Vila Franca do Deão Carlos Dâmaso, de 43 anos, e ainda um ferido grave, que continua internado na Unidade Local de Saúde Universitária de Coimbra, devido às queimaduras sofridas.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve, na sexta-feira, dois suspeitos de atear fogos florestais em Seia e Pinhel, duas cidades do distrito da Guarda.
De acordo com a PJ, no caso de Seia, foi detido um homem de 19 anos suspeito de atear um incêndio naquele concelho “com recurso a chama direta, sem motivo evidente, pondo em risco floresta e habitações em plena Serra da Estrela”.
O jovem já foi investigado no passado pelo mesmo tipo de crimes.
No caso de um incêndio que deflagrou na sexta-feira em Pinhel, foi detida uma mulher de 32 anos suspeita da sua autoria.
“A suspeita vive em conflitualidade com os vizinhos e terá ateado o incêndio com recurso a chama direta, utilizando um isqueiro, para os assustar, colocando em risco a própria povoação onde reside”, informou a PJ.
Os dois suspeitos vão ser presentes ao Ministério Público da Guarda para primeiro interrogatório judicial.
Em Freixo de Espada à Cinta, duas aldeias estiveram em perigo, mas o fogo não chegou às casas. À TSF, o autarca, Nuno Ferreira, fala em prejuízos de milhares de euros.
"Estamos ainda a combater em todas as frentes. O incêndio começa a dar sinais de poder terminar, mas ainda há muito trabalho pela frente. Estamos à espera que enviem aeronaves para poder ajudar a terminar o incêndio. Estamos a esperar que haja condições para os mesmos poderem operacionalizar no terreno. Temos a floresta completamente ardida. Há prejuízo de milhares e milhares de euros", adianta, em declarações à TSF, deixando um novo apelo ao Governo.
"As pessoas perderam praticamente tudo, desde armazéns agrícolas, máquinas agrícolas e animais. Estamos agora a fazer esse levantamento, mas há prejuízos avultados. Peço ao Governo que possa, de uma vez por todas, ter os apoios necessários para restabelecer a vida das pessoas naquilo que Freixo de Espada à Cinta diz respeito. Aqui, a agricultura é fundamental para que se possa subsistir", sublinha.
O autarca queixa-se da falta de meios de combate ao incêndio e diz que tudo poderia ter sido evitado: "Desde as 14h00 de sexta-feira, insistimos para que mandassem meios aéreos, veio apenas um helicóptero. A consequência disso é que temos a floresta toda ardida. Isso não é correto, não é justo e é revoltante que tenhamos ficado apenas e só à nossa sorte a combater este incêndio. Se tivessem mandado os meios aéreos a tempo e horas, teria sido tudo evitado."
Arganil continua a ser um dos maiores incêndios ativos no país. À TSF, o autarca Luís Paulo Costa adianta que o combate às chamas progrediu esta madrugada, com um arrefecimento da temperatura.
"Houve entrada de humidade, esteve uma noite muito mais húmida. Isso ajudou as várias frentes de incêndio a quebrar bastante e o vento também ajudou. Temos duas situações que nos inspiram mais preocupação, nomeadamente, umas línguas de fogo, uma frente de fogo que estão próximas da aldeia da Benfeita e uma outra frente de fogo que está muito próxima da aldeia de Porto Castanheiro", explica à TSF Luís Paulo Costa.
Luís Paulo Costa adianta que na sexta-feira, por causa da força dos fogos, a Proteção Civil nacional alterou a estratégia de proteção as populações. O perigo de circular em estradas ladeadas por fogo levou à substituição da ordem de retirada pela ordem de confinamento.
“O risco de circulação nas estradas era mais elevado e acabou por ser a solução mais segura para todos. Neste momento, ainda não está definida a estratégia para hoje [sábado], mas admito que se mantenha com o confinamento", argumenta, sublinhando que o confinamento "garante a segurança das pessoas na aldeia".
"Esta estratégia acaba por ser sempre acompanhada, nomeadamente, por parte das forças dos bombeiros e da GNR, assegurando que, desta forma, as pessoas ficam nas aldeias de forma segura", frisa.
O autarca acrescenta que ainda há aldeias sem luz. As equipas da e-redes tentam repor os serviços afetados pelas chamas.
Mais de uma centena de concelhos do interior Norte e Centro do país e sete municípios do Algarve estão este sábado em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
De acordo com o IPMA, estão sob risco máximo de incêndio todos os concelhos dos distritos de Bragança e Guarda e a maioria dos de Viseu, Vila Real e Castelo Branco.
Também em risco máximo estão dezenas de outros municípios dos distritos Viana do Castelo, Braga, Porto, Coimbra, Santarém, Portalegre e Faro.
Em risco muito elevado estão cerca de 50 municípios nos distritos de Faro, Beja, Portalegre, Castelo Branco, Santarém, Leiria, Coimbra, Aveiro e Porto.
Sob risco elevado encontram-se perto de cem municípios, abrangendo a maioria do Alentejo, e vários concelhos dos distritos de Faro, Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Porto, Braga, Viana do Castelo
Segundo o IPMA, estão ainda em risco moderado à volta de 30 municípios, dos distritos de Lisboa, Setúbal, Santarém, Leiria, Coimbra Aveiro e Braga.
Das três frentes ativas do incêndio de Sátão e Trancoso, duas estão mais estabilizadas e uma continua intensa, a que está virada a norte, disse à agência Lusa o comandante das operações.
"Neste momento, das três frentes ativas temos a frente mais a sul [Aguiar da Beira e Sátão] bastante estabilizada, sem reativações; a frente mais a norte [Moimenta da Beira, Sernancelhe e São João da Pesqueira] com alguns pontos quentes e depois temos a frente virada aos Municípios da Meda, Penedono, Vila Nova de Foz Coa que nos dá mais preocupação", disse à agência Lusa, pelas 09h00, o comandante regional do Centro, Francisco Peraboa.
No seu entender, com o amanhecer e "a entrada dos meios aéreos, o reforço de máquinas pesadas e a recolocação de efetivos de zonas mais estabilizadas para a frente mais intensa, é possível que se consiga um avanço positivo".
A noite foi "mais calma, do ponto de vista do combate, com a entrada de alguma humidade que criou alguma janela de oportunidade" para conseguir fazer "um trabalho mais efetivo".
"Hoje, o dia é mais animador, sem nos esquecermos que vamos ter um dia muito quente, com humidades relativas muito baixas, com algum vento e com os dias seguidos de combate extenuante. É preciso continuar com o mesmo instinto e a mesma eficácia", reagiu.
Sobre os danos causados pelas chamas, "há vários" em todos os municípios em que este incêndio chegou e, até ao momento "há a registar 30 feridos, todos ligeiros, sem necessidades de maior".
"Neste momento não há aldeias em risco", afirmou.
O combate ao incêndio de Freixo de Espada à Cinta está a correr favoravelmente. O vento abrandou de madrugada, o que permitiu aos bombeiros atacar com força as várias frentes do fogo, adiantou à TSF o comandante sub-regional das Terras de Trás-os-Montes da Proteção Civil, João Noel Afonso.
“Uma das frentes com uma grande extensão está dominada, restam-nos ainda duas frentes, alguns focos de incêndio. Foi uma noite de muito trabalho, numa zona muito complicada e, portanto, vamos continuar agora os trabalhos de consolidação nestas frentes que ainda faltam. O incêndio ainda está ativo, com menor intensidade. As frentes estão mais curtas, mas ainda há muito trabalho de combate e de consolidação destas duas frentes que ainda restam”, explica à TSF João Noel Afonso.
O comandante acrescenta que duas aldeias estiveram em perigo, Mazouco e Estevais, mas as chamas não atingiram as casas. “Houve necessidade de efetuar o confinamento das pessoas, mas não há vítimas a registar", sublinha.
Mais de 3300 operacionais combatiam às 08h30 deste sábado os sete principais incêndios no continente, com os de Arganil (Coimbra) e Satão (Viseu) a concentrarem o maior número de meios, segundo a Proteção Civil.
De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam no terreno a essa hora 3374 operacionais e 1123 meios terrestres mobilizados só para os sete maiores incêndios em curso.
O incêndio do Piódão, em Arganil, no distrito de Coimbra, que deflagrou na quarta-feira, em consequência de uma descarga elétrica de uma trovoada seca, mobilizava 989 operacionais e 335 meios terrestres, seguido do de Vila Boa, Sátão, na região de Viseu, Dão e Lafões, que teve início também na quarta-feira, e que empenhava 959 operacionais e 316 veículos.
As chamas em Frexes, Trancoso, na região das Beiras e Serra da Estrela, que eclodiram em 09 de agosto, eram combatidas por 445 operacionais e 147 meios terrestres, enquanto o incêndio que lavrava em povoamento florestal em Candal, na Lousã, no distrito de Coimbra, desde quinta-feira, mobilizava 330 operacionais e 108 meios terrestres.
O incêndio em Poiares, Freixo de Espada à Cinta, na região do Douro, com início na sexta-feira, empenhava 287 operacionais e 94 meios terrestres, ao passo que o fogo em Pêra do Moço, na Guarda, iniciado no mesmo dia, envolvia 235 operacionais e 85 veículos.
Já as chamas que consumiam mato em Aldeia de Sabugal, no Sabugal, distrito da Guarda, iniciadas na tarde de sexta-feira eram combatidas por 129 operacionais e 38 meios terrestres.
Em resolução, estavam três incêndios, em Sirarelhos, Vila Real, que teve início em 03 de agosto, que ainda mobilizava 146 operacionais e 46 meios terrestres, em Tábua e Pereiro, Tabuaço, no distrito de Viseu, que deflagrou no dia 11, com 99 operacionais e 31 meios, e ainda na Tapada do Loureiro, Portalegre, com início na quinta-feira, com 117 operacionais e 41 meios.
