Listagem enviada pelo Presidente da Assembleia da República ao Primeiro-ministro tinha nomes de deputados do PSD que não queriam ser já vacinados. Confusão instalou-se devido a atrasos e falhas de comunicação. Eis a cronologia dos eventos.
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Quinta-feira, dia 28 de janeiro. Já perto da meia-noite, todos os deputados da bancada do PSD receberam um email com uma mensagem do líder da bancada, Adão Silva, a dar início a um levantamento sobre quem pretendia ser vacinado contra a Covid-19.
"Na sequência da Conferência de Líderes, pede-nos o Presidente da Assembleia da República que se proceda a um levantamento sobre quem, nos termos da conhecida carta do Primeiro-ministro ao PAR de 26 de janeiro, pretende ser vacinado contra a Covid-19", lê-se na missiva que sublinha, no entanto, que o levantamento não cria, por si só, "qualquer compromisso de vacinação individual".
Ora, os deputados tinham até às 10h da manhã do dia seguinte para se pronunciarem e, se não o fizessem, seriam contactados telefonicamente até ao meio-dia.
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O objetivo era simples: mandar, como tinha solicitado o PAR, a lista durante a manhã de sexta-feira. Tal acabou por não acontecer e, por isso, Ferro Rodrigues decidiu seguir o protocolo de Estado e a composição da comissão permanente.
Tendo sido tornada pública essa lista, vários foram os deputados do PSD que se questionaram sobre o porquê de verem o seu nome na lista quando tinham pedido para que tal não acontecesse. Desde logo, Luís Marques Guedes, sabe a TSF, pediu explicações ao próprio Ferro Rodrigues e recebeu a justificação de que o PSD não tinha enviado o levantamento dos nomes.
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Ao gabinete de Ferro Rodrigues chega já no sábado, perto do meio-dia, um email da bancada do PSD a pedir que fossem retirados os nomes de 12 deputados social-democratas: Rui Rio, Adão Silva, Luís Marques Guedes, Firmino Marques, Pedro Roque, Paulo Rios de Oliveira, José Silvano, Helga Correia, Afonso Oliveira, André Coelho Lima, Clara Marques Mendes e Isaura Morais.
E assim foi, mas já com deputados em alvoroço, seja nas comunicações internas, seja com justificações nas redes sociais. Resumindo, o que aconteceu foi um atraso e falhas na comunicação entre deputados, liderança da bancada e gabinete do Presidente da Assembleia da República.