"Afluência brutal" nos hospitais das Misericórdias. "Algo falhou nos cuidados de saúde primários"
O presidente da União das Misericórdias lamenta que cheguem aos serviços de urgência tantas pessoas com "patologias que podiam ser perfeitamente tratadas no âmbito do centro de saúde e que não foram".
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A afluência aos hospitais do Grupo Misericórdias Saúde quase quadruplicou no Natal.
Em declarações à TSF, o presidente da União das Misericórdias fala num "aumento brutal" de doentes, sobretudo de pessoas mais velhas, o que na opinião de Manuel Lemos, revela uma falha nos cuidados de saúde primários.
Os hospitais das Misericórdias "têm tido uma afluência brutal poucas vezes vista ao longo destes anos", revela Manel Lemos.
"Diria que, tirando um período em que houve aqui há uns anos de uma gripe enorme e era ministro da Saúde Paulo Macedo, não há memória de haver um fluxo tão grande de pessoas na urgência durante tanto tempo.
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"Tivemos momentos em que os tempos de espera chegaram a quatro horas. O que é que é muitíssimo raro", reforça.
A maioria dos doentes "eram pessoas idosas, muito frágeis", aponta, o que leva Manuel Lemos a afirmar que "algo falhou nos cuidados de saúde primários" e que "as pessoas não tiveram respostas".
Casos como gripe A - doença que nesta época está a levar muitas pessoas às urgências - "são patologias que podiam ser perfeitamente tratadas no âmbito do centro de saúde e que não foram".
Apesar da situação estar mais "tranquila" esta semana, a afluência continua a ser elevada com "o dobro" do número habitual de doentes a chegar aos hospitais das Misericórdias. Manuel Lemos assume-se "preocupado" com a primeira semana do ano.
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O Grupo Misericórdias Saúde detém 19 hospitais em todo o país, sobretudo na região Norte. Felgueiras, Póvoa de Lanhoso, Marco de Canaveses foram alguns dos hospitais tiveram maior procura.