Agitação marítima: ondas até sete metros encerram seis barras e colocam dez distritos sob aviso amarelo, banhos desaconselhados
As barras marítimas de Caminha, Douro, Esposende, Vila Praia de Âncora, Vila do Conde e Portinho da Ericeira estão fechadas à navegação e as de Aveiro e Figueira da Foz estão condicionadas
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Seis barras marítimas estão esta terça-feira fechadas à navegação devido à agitação marítima forte, que levou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a emitir aviso amarelo para dez distritos de Portugal continental.
De acordo com informação disponível no ‘site’ da Marinha Portuguesa, as barras marítimas de Caminha, Douro, Esposende, Vila Praia de Âncora, Vila do Conde e Portinho da Ericeira estão fechadas à navegação e as de Aveiro e Figueira da Foz estão condicionadas.
Por causa da agitação marítima, os distritos do Porto, Faro, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Beja, Aveiro, Coimbra e Braga estão desde as 06h00 desta terça-feira sob aviso amarelo e até às 06h00 de quarta-feira.
Na segunda-feira em comunicado, o IPMA explicou que estão previstas ondas com altura significativa até quatro metros na costa ocidental na terça-feira, e que poderão atingir altura máxima até sete metros, uma situação pouco frequente em agosto e que resulta do posicionamento do ciclone pós-tropical ERIN.
Por isso, o IPMA desaconselha a ida a banhos. "Evitar estar próximo do mar e evitar os banhos, o problema principal nesta altura do ano é as praias estarem cheias de pessoas que ainda estão de férias e, por isso, é preciso alguma atenção redobrada", recomenda a meteorologista Patrícia Marques, em declarações à TSF.
O aviso amarelo, o menos grave, é emitido quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
“Salienta-se os valores muito elevados do período de pico, esperados, entre 15 a 20 segundos, o que se traduzirá em ondas muito energéticas e com volume de água elevado, aumentando significativamente o risco de fortes correntes de retorno junto à costa”, indica o IPMA.
Segundo o Instituto, no período de maré cheia durante a tarde, conjugado com uma amplitude de maré previsivelmente elevada, várias praias poderão ficar sem areal disponível.
“Derivado à ondulação ter uma direção de noroeste, a costa sul do Algarve não ficará tão exposta a esta situação, prevendo-se ondas de sudoeste até um metro”, segundo o IPMA.
A ondulação manter-se-á forte na costa ocidental ao longo da semana, com alturas significativas entre dois a três metros.
“Esta situação, não sendo inédita, é pouco frequente nos meses de julho e agosto, pelo que se recomenda o acompanhamento dos avisos e o cumprimento das recomendações sugeridas pelas autoridades competentes”, refere ainda o Instituto.
Na sequência do agravamento das condições marítimas, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e a Autoridade Marítima Nacional (AMN) alertaram a população, aconselhando medidas preventivas.
A AMN apelou aos banhistas que tenham cuidado numa ida à praia, e que frequentem praias permanentemente vigiadas, respeitem a sinalização das bandeiras e das praias e as indicações dos nadadores-salvadores e demais elementos de vigilância, vigiem permanentemente as crianças e evitem colocar-se debaixo de arribas.
A AMN aconselhou toda a comunidade marítima a reforçar as amarrações e a manter uma vigilância apertada das embarcações atracadas e fundeadas.
À população em geral, recomendou que sejam evitados passeios junto ao mar ou em zonas expostas à agitação marítima, como molhes de proteção dos portos, arribas ou praias, evitando ser surpreendida por uma onda.
A autoridade marítima indicou ainda que a atividade da pesca lúdica não deve ser praticada nestas condições, em especial junto às falésias e zonas de arriba frequentemente atingidas pela rebentação das ondas, “tendo sempre presente que nestas condições o mar pode facilmente alcançar zonas aparentemente seguras”.
