"Agressores são filhos ou filhas." Cada vez mais homens vítimas de violência doméstica pedem ajuda
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima registou, nos últimos três anos, 5500 casos. Um aumento de quase 40%
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Há cada vez mais homens a pedirem ajuda por serem vítimas de violência. Nos últimos três anos, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou 5500 casos. Um aumento de quase 40%. O assessor técnico da APAV, Daniel Cotrim, revelou à TSF que a maioria das vítimas são maiores de 65 anos.
"Os dados apontam, sobretudo, para homens com mais de 65 anos e as situações que identificámos e apoiámos de homens destas idades são muitas vezes no âmbito da violência doméstica, mas as pessoas agressoras são filhos ou filhas. São homens que já se encontram em situações de vulnerabilidade física, emocional ou mental. No entanto, um outro grande grosso dos dados encontra-se entre homens dos 26 aos 56 anos e aí sim são situações relativas a violência conjugal, na sua grande maioria perpretada pelas suas companheiras", explicou Daniel Cotrim.
O responsável acredita que há muitos casos escondidos e que os números serão bem maiores. Por isso é preciso continuar a combater o preconceito.
"Aquilo que nós não vemos nem foi dito às organizações ou reportado à polícia é certamente maior. É preciso continuarmos a trabalhar nisto, a sensibilizar a sociedade para este fenómeno. Os homens choram, também têm vulnerabilidades. Também é possível acontecer violência doméstica sobre os homens, é importante que este tema entre na ordem do dia", acrescentou o assessor técnico da APAV.