Agricultores acreditam em acordo com ministério através do "diálogo e bom senso"
João Monteiro Grilo nem quer pensar na possibilidade de esta reunião ser um fracasso.
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O porta-voz dos agricultores do Baixo Mondego, João Monteiro Grilo, tem dificuldade me indicar as medidas que têm mesmo de ser atendidas, mas destaca que o Baixo Mondego tem problemas muito específicos.
"O fim do pousio obrigatório, que nós temos aqui uma obrigatoriedade de 4% e também relativamente à questão da segunda cultura, a questão do milho. Nós temos que fazer uma segunda cultura, que se chama uma cultura de cobertura, a seguir à colheita do milho. Só que no Mondego, quando fazemos a colheita do milho, é sempre em finais de outubro e novembro dentro. Normalmente é quando acontecem as primeiras grandes chuvadas e este ano também não foi diferente. Depois deixamos de ter condições para fazer as sementeiras da tal rotação de culturas e é uma imposição que nós temos em semear e que não prevê que não haja condições para instalar a cultura", referiu à TSF João Monteiro Grilo.
O responsável nem quer pensar na possibilidade de esta reunião ser um fracasso.
"Não estou a contar com isso, acho que está aqui a haver vontade de diálogo, tudo bem, vamos dialogar. Acredito sempre no diálogo e no bom senso, até porque não está para aqui disparate nenhum e eu credito sempre no diálogo, vamos ver", acrescentou o porta-voz dos agricultores.
Os agricultores portugueses estão desde quinta-feira na rua com os seus tratores, em vários locais do país, reclamando "condições justas" e a "valorização da atividade", num protesto que já bloqueou várias estradas.
Os protestos dos agricultores portugueses são organizados pelo Movimento Civil de Agricultores, que se juntou às manifestações que têm ocorrido em outros países europeus, incluindo França, Grécia, Itália, Bélgica, Alemanha e Espanha.
O Governo avançou com um pacote de ajuda de mais de 400 milhões de euros destinados a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, garantindo que a maior parte das medidas entra em vigor este mês, com exceção das que estão dependentes de 'luz verde' de Bruxelas.
A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros em 26 de fevereiro.