Os produtores garantem que não tencionam abandonar a pêra rocha, imagem de marca da região, mas querem diversificar as culturas
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Anos de seca com os solos a mudarem de características, doenças nos pomares, nomeadamente o "fogo bacteriano" na pêra rocha, ou excesso de produção de vinho, são três fatores que estão a levar os produtores do Oeste a pensarem em alternativas às culturas que são a imagem de marca daquela região.
Nesse sentido, a Frutoeste considera que o olival pode ser uma solução. "Estamos a fazer o contacto com os agricultores para avançarem com a produção, nós avançarmos com a criação da marca e do lagar para a produção do azeite", explica o presidente desta associação.
Domingos dos Santos, também dirigente da Federação Nacional de Organizações de Produtores (FNOP) avança que já há agricultores interessados. "Estamos na fase final de idealizar [o projeto] e no início de concretizar", adianta.
Embora este ano espere um aumento de produção em relação ao ano passado, o agricultor lembra que a produção de pêra rocha tem diminuído nas últimas duas campanhas. De 220 mil toneladas/ano, passou para cerca de 100 mil toneladas, menos de metade.
Também na vinha, uma cultura que tem significado nesta zona do país, há um excesso de produção que tem dificuldade em ser escoada. "Houve um aumento de produção, um aumento de área, uma reconversão da vinha com vinhas mais produtivas do que no passado e os stocks mundiais de vinho estão muito elevados", assinala.
De qualquer forma, deixará a pêra rocha de ser a imagem de marca da zona oeste? "De maneira nenhuma, isso é impossível de acontecer, só se houvesse uma catástrofe", garante Domingos Santos.