O ministro da Defesa, Aguiar-Branco acusou hoje os comentadores «de fato cinzento e gravata azul» de serem o maior adversário das forças armadas.
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«Este adversário é tão corrosivo, tão arriscado e tão perigoso para a Segurança nacional como qualquer outra ameaça externa», afirmou José Pedro Aguiar-Branco depois de acusar os «comentadores de fato cinzento e gravata azul» de fazerem «o discurso da inutilidade das Forças Armadas» e de serem o seu «o maior adversário».
No discurso com que presidiu às comemorações do Dia do Exército, nas Caldas da Rainha, Aguiar-Branco sublinhou às tropas: «O nosso maior adversário não é a adaptação que nos é exigida à situação que o país atravessa», nem tão pouco «as medidas da troika ou a contenção orçamental».
Mas sim, «o sentimento, inegavelmente crescente, de que as Forças Armadas, num contexto de carência geral, não são necessárias» e os comentadores «que olham para o Orçamento de Estado e dizem que é aqui que está a despesa que se pode cortar sem que o país sinta a sua falta», disse.
Sem especificar a quem se dirigem as criticas, Aguiar-Branco acusou os mesmos comentadores de terem do Estado e da soberania «uma visão contabilística» e de encherem páginas de jornais e os noticiários da televisão questionando «para que servem as Forças Armadas».
Um discurso «perigosamente demagógico» que o ministro quer ver combatido «dentro dos quartéis».
«No dia em que as Forças Armadas se deixarem instrumentalizar ou envolver no debate partidário, é o dia em que estamos a dar a resposta, por nós indesejada, à pergunta dos comentadores de fato cinzento e gravata azul», sustentou.
Na intervenção, o ministro deixou ainda uma critica velada às associações representativas dos vários ramos das Forças Armadas sublinhando que «as verdadeiras Forças Armadas não estão nas salas de hotel a discutir política», mas sim no terreno e nos quartéis.