"Apesar de positivo em alguns aspetos, o novo OE2022 não responde ao contexto inflacionista que se verifica desde o início do ano", alerta a associação da hotelaria e restauração.
Corpo do artigo
A associação da hotelaria e restauração AHRESP defendeu esta quinta-feira novas medidas no Orçamento do Estado OE2022 que respondam ao contexto inflacionista, nas matérias-primas e no combustível e energia, e centradas na fiscalidade, capitalização e emprego.
A proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), aprovada na generalidade em 29 de abril pelo parlamento e cujas votações na especialidade terminam em 27 de maio, não acolhe algumas medidas propostas pela Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) para apoiar a recuperação das atividades da restauração, similares e do alojamento turístico, sobretudo nas micro, pequenas e médias empresas.
"Apesar de positivo em alguns aspetos, o novo OE2022 não responde ao contexto inflacionista que se verifica desde o início do ano, quer ao nível das matérias-primas, quer ao nível do combustível e da energia", afirma a associação em comunicado hoje divulgado.
Além disso, a AHRESP considera que o contexto atual "levará inevitavelmente" à perda do poder de compra das famílias e, consequentemente, "a uma provável" redução de consumo.
A AHRESP considera que o OE2022 deveria ser um importante instrumento catalisador da atividade turística e lembra que, inevitavelmente, as empresas da restauração, similares e do alojamento turístico vão ser "das mais afetadas, como sempre em momentos de crise".
Critica ainda que não tenha sido tomada em conta a aplicação temporária da taxa reduzida de IVA ao serviço de alimentação e bebidas, uma medida que considera essencial para reforçar as tesourarias, manter os postos de trabalho e assegurar a sobrevivência das empresas, potenciando a sua recapitalização.
"É igualmente importante que o OE2022 contemple medidas objetivas para reforçar o capital das empresas, com mecanismos diretos às micro e pequenas empresas, para atenuar o efeito inflacionista das matérias-primas e das energias, bem como medidas ativas para dinamização do mercado de trabalho", acrescenta
A AHRESP, no comunicado, anuncia a intenção de propor aos grupos parlamentares 15 medidas que considera prioritárias para salvaguardar a economia e as empresas, centradas na fiscalidade, capitalização e emprego.