A comissão tinha sido prometida há três meses depois das denúncias feitas por três investigadoras envolvendo Boaventura de Sousa Santos e Bruno Sena Martins.
Corpo do artigo
O Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra ainda não criou a comissão independente, prometida em abril, para investigar as denúncias de assédio que foram feitas por três investigadoras.
Em resposta escrita à TSF, a direção do centro nota que "sendo prioritário para o CES garantir que a Comissão funcionará de forma verdadeiramente independente e que os seus membros reúnem a disponibilidade, as competências e o perfil (experiência e conhecimento da área) adequados para liderar o processo com isenção e respeito por todas as partes envolvidas, o processo de constituição da referida Comissão está ainda em curso".
As denúncias de situações de assédio e violência sexual por parte de Boaventura Sousa Santos, diretor emérito do centro, e o investigador Bruno Sena Martins foram feitas por três investigadoras que passaram pelo CES, num capítulo do livro intitulado "Má conduta sexual na Academia - Para uma Ética de Cuidado na Universidade", publicado pela editora internacional Routledge.
TSF\audio\2023\07\noticias\11\marta_melo_centro_de_estudos_sociais
Depois das notícias, Boaventura Sousa Santos e Bruno Sena Martins negaram as acusações. Ambos foram suspensos de todos os cargos que ocupavam no CES até ao "apuramento de conclusões" por parte da comissão independente, informava o centro num comunicado em abril.
A TSF questionou ainda o CES sobre se havia prazos para constituir a comissão, mas o centro apenas responde que "compromete-se a comunicar de forma transparente a composição, os métodos de trabalho e os canais de comunicação da Comissão Independente assim que esta esteja constituída".
Nestes três meses houve ainda mudanças na direção do CES, com Tiago Santos Pereira a suceder a António Sousa Ribeiro, depois de terem sido realizadas eleições antecipadas para todos os órgãos.