Numa entrevista à TSF, D. António Marto diz que a pista de penitência, no Santuário de Fátima, só existe porque os crentes querem. E são cada vez menos, os penitentes mais radicais.
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O bispo de Leiria-Fátima diz à TSF que a Igreja não pode impedir os peregrinos de percorrer dezenas de metros de joelhos, ao sol.
A "pista de penitência", um espaço que atravessa a quase totalidade do terreiro principal do Santuário até à Capela das Aparições, é usado pelos peregrinos para cumprirem promessas descalços, de joelhos, ou mesmo deitados gerando imagens de sofrimento.
Numa entrevista à TSF, D. António Marto diz que, gradualmente, os peregrinos estão a mudar a forma como interpretam a mensagem e a crença em Fátima.
D. António Marto desvaloriza o número de utilizadores da pista, e diz que, ao Santuário, cabe apenas a tarefa de melhorar as condições proporcionadas aos peregrinos.
"A pista foi melhorada porque havia vária queixas", explica o bispo de Leiria-Fátima, que acrescenta: "só 1% dos 500 mil visitantes anuais do santuário", cumprem promessas desta forma.
Entrevistado por Manuel Vilas Boas, o bispo de Leiria-Fátima garante que a mensagem de Fátima não é "dolorista" e que "o sacrifício, a compaixão, deve ser em prol dos outros", e não uma penitência própria.
"Essa mensagem ("dolorista") tende a desaparecer", explica D. António Marto que garante que estão a ser reduzidas as "crenças fragmentadas" construídas à volta de Fátima.