A quota da sardinha ainda não esgotou. Os armadores e pescadores estimam atingi-la em meados de outubro.
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Armadores e pescadores garantem que este ano o recurso recuperou e que se vê muita e boa sardinha no mar.
As gaivotas sobrevoam o Samuelito. A traineira chegou ao porto de Olhão por volta das sete da manhã e os 13 homens da tripulação faziam a descarga.
Desta vez, veio cavala nas redes. Afinal, não há sardinha no mar? "Ai não, não há", insurge-se Filipe, que foi um dos pescadores que acompanhou os cruzeiros do Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA) para monitorizar a biomassa de sardinha. Por isso, faz questão de afirmar que sabe do que fala. Não falta este peixe no mar, garante ele e todos os outros homens a bordo. Até que a sardinha apareça nas redes, vão continuar a pescar até esgotar a quota, e isso acontecerá provavelmente a meio de outubro.
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Miguel Cardoso, presidente da OlhãoPesca, uma associação de pescadores e armadores, mostra satisfação pela quantidade de sardinha que tem aparecido nas redes."É uma alegria para todos nós", sublinha. "Há um sinal claro de recuperação do recurso. Este ano no Algarve descarregou-se sardinha como não se fazia há cinco ou seis anos."
Este ano a pesca esteve interditada ao fim de semana e à quarta-feira, e alguns barcos foram apanhados em incumprimento. Os pescadores portugueses são rápidos a apontar o dedo aos espanhóis que, segundo eles, são os mais prevaricadores.
Porém, os pescadores consideram que já não faz sentido tantas limitações à pesca deste recurso."O setor não quer pescar as 40 ou 50 mil toneladas do passado, isso é insustentável", garante o responsável da Olhãopesca."Queremos é pescar durante todo o ano com regras e com 45 dias de defeso, como era anteriormente", afirma.
No entanto, o responsável pela associação acredita que, perante a recuperação dos stocks da sardinha, Bruxelas poderá ponderar e aumentar a quota ibérica no próximo ano. Até lá, este ano pesca-se o que se pode. Porque a sardinha continua a vir nas redes e ainda está boa para assar.