Ainda há três pontos sensíveis em Vila Real, autarca de Mondim de Basto teme "flagelo" no Parque Natual do Alvão
Portugal continental está desde domingo em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio, uma situação que se manterá, pelo menos, até quinta-feira
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O incêndio que lavra desde sábado em Vila Real tem esta terça-feira uma frente ativa, mantendo-se nas operações de combate, consolidação e rescaldo 548 operacionais, estando prevista a atuação de seis meios aéreos, disse o comandante das operações.
“Neste momento temos uma frente ativa, todas as outras frentes estão dominados, embora com trabalhos de consolidação e rescaldo bastante demorados, com necessidade de arrefecimento o que significa que o trabalho não acabou, aliás, temos muito trabalho pela frente”, afirmou Miguel David, Comandante das Operações de Socorro (COS), pelas 08h00.
Mantêm-se neste teatro de operações, segundo o responsável, 548 operacionais, 178 veículos, seis máquinas de rasto, ainda tudo a trabalho.
“E temos já previsto o empenhamento de seis meios aéreos a partir do momento em que estes possam operar para auxiliar nas operações de arrefecimento”, afirmou Miguel David.
A frente ativa está na serra do Alvão, entre Galegos da Serra e Arnal.
Este incêndio deflagrou pelas 23h45 de sábado, em Sirarelhos, Vila Real, e, no domingo, estendeu-se ao concelho de Mondim de Basto.
O incêndio que lavra desde sábado em Vila Real e se estendeu a Mondim de Basto tinha esta terça-feira, às 13h00, três pontos sensíveis nas zonas de Currais, Arnal e Fervença, mantendo-se no terreno 575 operacionais e seis meios aéreos.
“Este incêndio desenvolveu-se em montanha, em altura, em linhas de águas profundas, em escarpas e, neste momento, temos três pontos sensíveis em Currais, Arnal e Fervença”, afirmou José Guilherme, segundo comandante Regional do Norte, que falava aos jornalistas pelas 13h00.
O responsável explicou que a “chama que está ativa não liberta muita energia, não tem muita intensidade, mas está em zonas inacessíveis, onde só com trabalho apeado e em conjunto com os meios aéreos é que se está a conseguir manter, pelo menos, que aquelas três zonas não façam uma arrancada e provoque aqui um dano ainda maior”.
O incêndio teve início às 23h35 de sábado, em Sirarelhos, Vila Real, serpenteou a serra e entrou, no domingo, na área do concelho de Mondim de Basto.
Nesta altura não há, segundo afirmou, “nenhuma aldeia em perigo”.
Além das altas temperaturas que se têm feito sentir nesta zona, José Guilherme disse que a rotação do vento tem sido uma preocupação. “A esta hora já tivemos três rotações do vento”, exemplificou.
Durante a tarde, no combate, consolidação, rescaldo e vigilância vão permanecer 575 operacionais, dos quais 363 são bombeiros, 189 veículos e seis meios aéreos.
A expectativa é chegar ao final do dia e haver condições para dar o incêndio em fase de resolução.
“E o que é que isto quer dizer? Quer dizer que temos um incêndio completamente estabilizado e que já não há qualquer perigo de um incêndio poder sair dentro do perímetro do incêndio”, esclareceu.
Para já, os meios vão-se manter no terreno.
“Mas temos meios em prontidão, em caso de necessidade iremos reforçar este teatro de operações”, ressalvou.
Acrescentou ainda que, “fora deste teatro de operações, muito importante são as primeiras ignições que podem acontecer noutros locais e aí o dispositivo tem que responder e responde de tal maneira que a taxa de sucesso desse ataque inicial é acima dos 92%”.
“E também temos que ter meios para fazer essa resposta”, disse.
O segundo comandante regional fez ainda questão “de deixar uma palavra de solidariedade à população afetada pelo incêndio e de recolhimento pelo trabalho desenvolvido na ajuda aos operacionais”.
O incêndio que teima em resistir, no distrito de Vila Real, já alastrou ao Parque Natural do Alvão. O autarca de Mondim de Basto apela à mobilização de meios necessários para evitar "um flagelo" numa área tão importante "para o coração de Alvão".
Em declarações à TSF, Bruno Ferreira adianta que estão já a ser criadas "ações de recuperação e consolidação" do perímetro das aldeias de Pardelhas e Ermelo. Ainda que não existam "chamas à vista" nesta zona, o autarca ressalva que, tendo em conta o vento que se faz sentir, é importante que estas manobras "sejam efetuadas com bastante intensidade". Na manhã desta terça-feira, o Comandante das operações de socorro adiantou que seis aeronaves iram reforçar o combate às chamas neste território.
A preocupação agora passa sobretudo por proteger pessoas e habitações, mas também preservar ao máximo o Parque Natural do Alvão, onde está localizada a única frente ativa do fogo.
"Obviamente que a prioridade é sempre a proteção das pessoas e das habitações, mas, neste caso, tendo em conta o Parque Natural do Alvão e também todo o seu património natural, há uma preocupação acrescida para que não se alastre. É lá que está neste momento incêndio e por isso também a nossa maior exigência para que haja um combate e os meios necessários para que não haja um flagelo grande neste parque, que é tão importante para o coração de Alvão", insiste.
O presidente de Mondim de Basto recorda a "noite difícil" de segunda-feira, sobretudo em Pardelhas, onde tiveram de ultrapassar o incêndio "com 500 metros de mangueira" para evitar que as chamas se alastrassem para outra montanha. Era importante que este combate ficasse consolidado durante a noite, porque no dia de hoje são esperados períodos de vento forte. Destaca, por isso, o "trabalho herculano" dos bombeiros, a quem deixa um agradecimento por terem sido "uns autênticos heróis".
Arderam cerca de 11 mil hectares de terreno desde quinta-feira, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas.
Desde o início do ano já arderam mais de 41 mil hectares, sendo que cerca de 46% da área ardida corresponde a zonas de mato.
Desde janeiro, já foram registadas mais de cinco mil ocorrências. A região do litoral Norte é a mais afetada.
O incêndio em Vila Real continua ativo e mobilizava, por volta das 10h30 desta terça-feira, 654 operacionais, apoiados por 218 viaturas e seis aeronaves.
Ouvido pela TSF, o autarca Alexandre Favios adiantou que as mudanças repentinas de vento e a inclinação do terreno estão a dificultar o combate às chamas. A linha de fogo está próxima de duas aldeias, mas, para já, não há casas em perigo, acrescentou.
O presidente da câmara de Vila Real destacou ainda o trabalho dos bombeiros durante a noite.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve um incendiário reincidente por suspeita de ter ateado um incêndio florestal no domingo, em Águeda, avançou esta terça-feira aquele órgão de polícia criminal.
Em comunicado, a PJ esclareceu que deteve, fora de flagrante delito, o presumível autor de um incêndio florestal ocorrido na tarde de domingo, na freguesia de Belazaima do Chão, concelho de Águeda, no distrito de Aveiro.
A PJ refere que o suspeito, que foi detido com a colaboração do Grupo de Trabalho para a Redução de Ignições em Espaço Rural, (ICNF, GNR e PJ), tem antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime, tendo já cumprido duas penas de prisão efetiva.
De acordo com a investigação, o suspeito terá ateado o fogo através do recurso a chama direta, em zona com bastante vegetação rasteira e seca inserida em mancha florestal de elevada dimensão, existindo ainda nas imediações diversas habitações e outras edificações.
A Judiciária realça que o incêndio só não assumiu proporções de maior gravidade porque foi detetado perto do seu início e dado o alerta de imediato, o que permitiu um combate rápido e eficaz.
“Não foi possível determinar qualquer motivação racional ou explicação plausível para a prática dos factos em investigação, sendo a atuação alicerçada num possível quadro de alcoolismo e uma forte compulsividade para a prática deste tipo de crime”, refere a mesma nota.
Segundo a PJ, o detido, de 37 anos, vai ser presente às autoridades judiciárias, na comarca de Aveiro, para primeiro interrogatório judicial de arguido detido e aplicação das medidas de coação.
O grupo de Intervenção e Regaste Animal (IRA) resgatou, desde sábado e até segunda-feira de manhã, 274 animais dos incêndios que lavraram nos últimos dias em Vila Real, Arouca e Ponte da barca.
O número é adiantado à TSF pelo presidente do IRA, Tomás Pires, que detalha que em causa estão "inúmeros cães", gatos e "animais de pecuária, como cabras, patos, galinhas, coelhos, bovinos", bem como algumas espécies selvagens.
Um homem de 43 anos foi detido em flagrante por ter feito uma queimada que deu origem a um incêndio florestal, na sexta-feira em Faiões, no concelho de Chaves, anunciou hoje a GNR.
"A detenção ocorreu na sequência de um incêndio florestal, que deflagrou naquele concelho, tendo os militares da Guarda desenvolvido diligências policiais que permitiram apurar que o incêndio teve origem numa queima para derreter fios de cobre", lê-se num comunicado divulgado esta terça-feira pela GNR.
O homem foi constituído arguido.
Além da detenção, a GNR apreendeu um isqueiro e 50 metros de cobre.
Dados da GNR, divulgados no sábado, indicam que 36 pessoas foram detidas este ano em flagrante delito pelo crime de fogo florestal e 525 foram identificadas, tendo sido registados 2.979 crimes de incêndio.
Até 31 de julho, os distritos com maior número de detenções foram Vila Real (8), Porto (7), Guarda (5), Braga (4) e Leiria (4).
Ainda de acordo com a GNR, este ano foram sinalizadas, em todo país, 10.417 situações de falta de limpeza de terrenos.
O incêndio que lavra desde sábado em Vila Real continua ativo. No terreno para o combate às chamas estão mais de 600 operacionais, apoiados por 211 viaturas.
Os trabalhos desenvolvem-se numa orografia bastante complexa, com inclinação do terreno de 65% em alguns locais, estando as frentes a serem combatidas com bombeiros em trabalho apeado e com o uso de ferramentais manuais.
Uma das frentes ativas tem 800 metros, com zonas em que a inclinação do terreno chega aos 65%, e outra frente tem cerca de cinco quilómetros, detalhou ainda.
As autoridades de saúde emitiram recomendações para a população por causa da onda de calor que atinge Portugal continental e deverá prolongar-se até dia 13, alertando para os riscos nos mais idosos, crianças, grávidas e doentes crónicos.
Numa nota conjunta, a Direção-Geral da Saúde (DGS), a Direção Executiva do SNS (DE-SNS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) alertam para os impactos da manutenção de temperaturas elevadas na saúde da população e chamam a atenção para a necessidade de as pessoas se manterem hidratadas, bebendo pelo menos o equivalente a oito copos de água por dia.
Alertam igualmente para a importância de se evitarem bebidas alcoólicas e com cafeína e avisam a população que deve permanecer em ambientes frescos ou climatizados, com sombras e circulação de ar, pelo menos duas a três horas por dia, mantendo janelas, persianas e estores fechados nos períodos de maior calor, ou em zonas com risco de poeiras dos incêndios.
Aconselham igualmente a população a evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11h00 e as 17h00, usar sempre protetor solar com fator igual ou superior a 30, renovando a aplicação a cada duas horas, inclusive após banhos na praia ou em piscinas.
As autoridades de saúde lembram ainda a importância de se usar roupas claras, leves e largas, que cubram a maior parte do corpo, chapéu e óculos de sol com proteção ultravioleta, assim como de evitar atividades no exterior que exijam grandes esforços físicos.
Aconselham a que se viaje nas horas de menor calor, lembrando que estão previstas temperaturas acima dos 40ºC na região do Alentejo e no interior das regiões Norte e Centro e que as temperaturas mínimas também vão permanecer elevadas, mantendo-se acima dos 20º no interior do país.
A nota recorda a importância de dar especial atenção aos grupos mais vulneráveis ao calor, como as crianças, pessoas idosas, doentes crónicos, grávidas e trabalhadores com atividades no exterior, acompanhando as pessoas que vivam isoladas.
Em caso de emergência, e se apresentar sinais de alerta como suores intensos, febre, vómitos/náuseas ou pulsação acelerada/fraca, as autoridades aconselham a população a contactar a linha SNS 24, através do número 808 24 24 24, ou a ligar para o número europeu de emergência 112.
A DGS, DE-SNS e INSA dizem ainda estão a acompanhar em permanência a situação meteorológica e o seu impacto na saúde, reforçando as medidas do Plano de Contingência para a Resposta Sazonal em Saúde, em articulação com as estruturas regionais e locais.
Portugal continental está desde domingo em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio, uma situação que se manterá, pelo menos, até quinta-feira.
Cerca de 150 concelhos do interior Norte e Centro e dois do Algarve estão esta terça-feira sob risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
De acordo com o IPMA, estão sob risco máximo de incêndio todos os concelhos dos distritos de Bragança, Guarda e Viseu, assim como a maioria nos distritos de Vila Real, Porto, Braga e Castelo Branco.
Estão ainda sob risco máximo dezenas de municípios dos distritos de Viana do Viana do Castelo, Coimbra, Aveiro, Santarém, Leiria, Portalegre e Faro.
Em risco muito elevado estão cerca de 40 concelhos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Portalegre, Beja e Faro.
O IPMA colocou em risco elevado quase toda a região do Alentejo e cerca de 30 concelhos dos distritos do Porto, Braga, Aveiro, Leiria, Santarém, Lisboa e Faro.
Sob risco moderado estão esta terça-feira cerca de 40 municípios, a maioria no litoral, nos distritos de Porto, Aveiro, Leiria, Lisboa, Setúbal e Faro.
O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo, sendo este último emitido quando as condições meteorológicas, como calor extremo e baixa humidade, aumentam significativamente o perigo de ignição e propagação de incêndios.
Portugal continental está desde domingo e até quinta-feira em situação de alerta, devido ao elevado risco de incêndio, anunciou no sábado a ministra da Administração Interna.
O IPMA prevê para esta terça-feira continuação de tempo quente, com céu pouco nublado ou limpo, por vezes com nevoeiro na faixa costeira.
O vento vai soprar fraco e está igualmente prevista uma subida da temperatura máxima no Minho e Douro Litoral.
As temperaturas mínimas vão variar entre os 16 graus Celsius (Sines e Leiria) e 24º (Portalegre) e as máximas entre os 28º (Aveiro) e os 41º (Braga e Évora).
Os distritos mais a norte de Portugal continental, Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real e Bragança, estão esta terça-feira, pelo segundo dia consecutivo, sob aviso vermelho devido ao calor, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O aviso vermelho, o mais elevado numa escala de três, deve-se, diz o IPMA, à persistência de valores extremamente elevados da temperatura máxima, exceto na faixa costeira.
Os avisos vermelhos para os distritos do norte estão em vigor desde as 12h00 de segunda-feira e prolongam-se até às 18h00 desta terça-feira.
A partir dessa hora Braga e Porto e Viana do Castelo passam a aviso amarelo, pela “persistência de valores elevados de temperatura máxima no interior do distrito”, mas Bragança e Vila Real ficam em aviso laranja, o segundo mais grave, devido aos valores muito elevados da temperatura máxima.
O IPMA colocou em aviso laranja, para esta terça-feira, mais cinco distritos do norte do país, com Aveiro e Coimbra a passarem a aviso amarelo a partir da tarde mas Guarda e Viseu a manterem-se no aviso laranja.
Os restantes distritos do continente, com exceção de Faro que não tem avisos, estão sob aviso amarelo devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima. O aviso estende-se por todo o dia exceto nos distritos de Leiria, Lisboa e Setúbal, sem avisos a partir das 18h00 desta terça-feira.
Braga e Évora deverão, segundo o IPMA, chegar hoje aos 41ºC (graus celsius). Na quarta-feira há previsão de uma pequena descida da temperatura em todo o continente.
Os arquipélagos da Madeira e dos Açores não apresentam avisos esta terça-feira.
