Manuela Teixeira, antiga dirigente da UGT defende que em Portugal "há ainda um travão cultural" que impede a igualdade entre mulheres e homens.
Corpo do artigo
A receita parece simples: "dentro de casa as mulheres têm de ter uma atitude diferente e no trabalho devem obrigar os patrões a justificarem as diferenças salariais" que subsistem. Mas o caminho tem-se manifestado mais longo do que o desejável e Manuela Teixeira lamenta que ainda existam "réstias da ideia que a mulher era um complemento do homem e que deveria tratar mais da família e o homem mais do trabalho".
Quando o tema é igualdade a ex-dirigente sindical manifesta algumas reticencias, desde logo, porque apesar de a sociedade portuguesa ter mudado muito nos últimos anos, as mulheres ainda continuam a ter os "salários mais baixos e dificuldades em ocupar cargos de chefia".
No entender de Manuela Teixeira, 79 anos, "são as mulheres que têm de ser mais competitivas" e reivindicar direitos, principalmente nas empresas do setor privado.
"Temos as mesmas competências, as mesmas possibilidades e não devemos admitir que os lugares de chefia sejam dos homens porque sim", avisa.
Manuela Teixeira admite que "as mudanças culturais demoram o seu tempo" mas acredita que Portugal ainda vai conseguir oferecer uma sociedade melhor para as mulheres, só não sabe se ainda terá tempo "para ver isso".