Alcoutim contra encerramento dos CTT. Autarquia sente-se "como as antigas drogarias"
A população está revoltada com o encerramento da estação dos correios e vai enviar um abaixo-assinado de protesto ao Ministro da Administração Interna. O presidente da Câmara de Alcoutim compara a autarquia "às antigas drogarias que vendiam tudo, desde o selo à aspirina".
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É mais uma estação que fecha e esta na sede de concelho, mas a população de Alcoutim não quer ficar calada e vai endereçar ao Ministro da Administração Interna um abaixo-assinado com mais de 150 assinaturas.
O documento é encabeçado pelo próprio presidente da Câmara Municipal. Os CTT começaram a funcionar desde o início do mês na própria autarquia mas Osvaldo Gonçalves sublinha a importância da estação de correios num concelho desertificado e envelhecido.
"Este é mais um sinal de que os interesses privados se sobrepõem ao interesse público", lamenta o autarca.
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Osvaldo Gonçalves lembra que já teve que alocar pessoal da autarquia para serviços como as finanças e a segurança social, caso contrário também fechariam ou teriam dificuldades em continuar. A estação dos CTT foi a última machadada numa série de contratempos com que a população se tem confrontado.
O autarca afirma que as pessoas que residem em Alcoutim estão fartas de ser esquecidas. "As pessoas sentem o desgosto e ficam apreensivas em relação ao futuro", frisa. "É o abandono. Então agora estamos a agregar tudo numa loja?", pergunta.
"Há uma falta de interesse por quem nos devia defender", lamenta o autarca, adiantando que nesta altura a autarquia "é como as antigas drogarias que vendiam tudo, desde o selo à aspirina".
No abaixo-assinado os subscritores afirmam que a manter-se o encerramento da estação dos CTT "aumentará nos moradores o sentimento de injustiça com que são tratados pelas grandes empresas privadas e o sentimento de abandono a que são votados pelas autoridades e a governação do país".