"Alegria do reencontro" não pode esmorecer combate à Covid. A mensagem de Natal de Marcelo
Como é já tradição, o Presidente da República deixou uma mensagem de Natal aos portugueses nas páginas do Jornal de Notícias. A luta contra a pandemia de Covid-19 dominou o discurso.
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O Presidente da República defende que os portugueses não podem "esmorecer" no combate à Covid-19 perante a "alegria do reencontro" neste Natal. Numa mensagem de Natal deixada, esta sexta-feira, nas páginas do Jornal de Notícias, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que o país tem "demonstrado estar à altura da exigência" e que nada pode levar "a deitar a perder o realizado".
O Presidente começou por lembrar outros Natais da história do país: Natais passados em guerra, em crise financeira, económica e social,... Mas notou que o Natal deste ano "é uma realidade substancialmente nova. É passado em pandemia".
Constatando que, "apesar da esperança nas vacinas", a pandemia ainda "está para ficar semanas e meses, ninguém sabendo ou podendo prever quantos", Marcelo Rebelo de Sousa frisou que a pandemia sanitária veio instalar também uma "pandemia económica e social", que teve como efeito o aumento "da pobreza e das desigualdades.
"O Natal de 2020 é vivido com duas pandemias simultâneas e com dramática vivência de agravados fossos sociais. E esta junção de crises converte este Natal num terreno nunca experimentado", indicou.
E concedendo que "o mais urgente é olhar para o Natal de 2020 com uma visão de prazo mais curto - evitar que ele crie condições objetivas para um arranque negativo ou muito negativo de 2021", Marcelo lembra que é também precisa "uma visão de médio prazo", e que para isso é necessário consenso nacional.
"O consenso alargado para criar condições para um melhor arranque de 2021, em termos de pandemia sanitária, deve estender-se ao que vão ainda ser meses de surto e sua prevenção, enquanto a vacinação avança. Como se deve estender à preocupação com a pandemia económica e social. Que irá dominar 2021, em especial quando a pandemia sanitária se for esbatendo", defendeu.
"Consenso alargado, estabilidade, reforço da coesão social, existência de referenciais de confiança. Eis o que o Natal de 2020 exige de todos nós, portugueses, continua a exigir agora e continuará a exigir por mais algum tempo", resumiu.
Por esse motivo, o Presidente nota que os portugueses não podem "esmorecer, nestes dias, por entre a alegria responsável do reencontro e a redescoberta do valor da esperança na resistência às dificuldades".
"Já percorremos tanto caminho juntos e com inabalável determinação, que nada poderá levar-nos a deitar a perder o realizado", concluiu.