Alentejo com maior taxa de jovens com 18 anos a consumir álcool e tabaco. Uso de drogas é mais expressivo nos Açores
Em declarações à TSF, o investigador que coordenou o inquérito realizado no âmbito do Dia da Defesa Nacional explica estes resultados com a questão da "interioridade" e os "valores da cultura dominante" em cada região
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O Alentejo é a região do país onde os jovens com 18 anos consomem mais álcool e tabaco, enquanto que a Madeira e o Norte apresentam as taxas mais baixas. Já o Algarve regista o maior consumo de canábis por esta faixa etária, enquanto que nos Açores está presente a maior taxa de uso de outras drogas ilícitas e sedativos sem prescrição médica.
Estas são as conclusões do mais recente inquérito realizado no âmbito do Dia da Defesa Nacional, que abrangeu jovens de 18 anos em todo o país.
O uso combinado de substâncias, ou policonsumo, é mais frequente nas regiões do Alentejo e Algarve, ao passo que as regiões autónomas apresentam valores mais baixos.
"O Alentejo destaca-se pelo maior consumo destas substâncias, incluindo práticas de risco acrescido como binge drinking e embriaguez severa. A Madeira e o Norte apresentam valores consistentemente mais baixos", lê-se no documento.
No que diz respeito às drogas ilícitas, a canábis é a substância ilícita "mais consumida em todas as regiões". No entanto, é no Algarve que se registam os números mais altos de consumo entre estes jovens.
Já nos Açores registam-se o uso mais expressivo de outras drogas ilícitas, como tranquilizantes e sedativos sem receita médica.
Em declarações à TSF, o investigador que coordenou este inquérito, Vasco Calado explica que o objetivo foi traçar um retrato geral do consumo destas substâncias. Apesar de sublinhar a necessidade de serem criados estudos que possam explicar a fundo estes resultados, o investigador nota que, no Alentejo, a "cultura que dedica grande atenção ao álcool e ao tabaco" não prevalece apenas "entre os mais jovens".
"[O resultado] terá certamente que ver com a interioridade, mas também com os valores da cultura dominante", justifica.
Com um "retrato abrangente" desta realidade traçado, Vasco Calado espera agora que as entidades locais possam esforçar-se para perceberem por que razão "os jovens da sua região têm mais ou menos comportamentos aditivos" do que aquilo que é registado noutras regiões.
Depois disto, diz, é urgente "delinear políticas" que possam combater este fenómeno.