"Alertar para o desespero." Sargento da GNR em greve de fome junto à Câmara Municipal do Porto
O sargento mostra-se solidário com o colega Pedro Costa, que começou com os protestos das forças de segurança ao pernoitar em frente à Assembleia da República, em Lisboa.
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O sargento-ajudante da GNR Josias Manué da Silva Alves começou esta terça-feira uma greve de fome em frente à Câmara do Porto, para "alertar a sociedade civil para o desespero" das forças de segurança, avançou o Jornal de Notícias e confirmou a TSF.
Segundo a mesma fonte, o sargento de 44 anos gravou um vídeo antes de se posicionar junto à autarquia, onde explicou estar solidário com o tenente da GNR Afonso Viana que, na segunda-feira, foi chamado a explicar as baixas médicas apresentadas pelos militares.
Josias Manué da Silva Alves demonstrou-se ainda solidário com o presidente do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), Armando Ferreira, que em declarações a SIC Notícias admitiu boicotar as eleições de 10 de março, e com Pedro Costa, o responsável pelo início dos protestos dos polícias no país.
O sargento disse querer "alertar a sociedade civil para o desespero" das forças de segurança, contestando o valor dos salários, as condições laborais e as “perseguições tirânicas promovidas pelas chefias e comandos das respetivas instituições e, bem assim, pela tutela."
"Alguém tem de lutar pelos direitos que nos têm sido subtraídos", disse Josias Silva Alves em declarações à TSF, esclarecendo que "não se trata de uma luta política", mas sim de uma luta por igualdade.
"Não somos polícias de segunda, não devemos ser tratados de forma diferente", atirou.
Na conferência de imprensa deste domingo, o ministro da Administração Interna adiantou que as declarações do presidente do SINAPOL seriam participadas à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), e reiterou que o Governo de gestão não tem condições de assumir encargos financeiros permanentes.
Os elementos PSP e da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, estando há mais de três semanas em protestos.
A plataforma que congrega sindicatos e associações das forças de segurança escreveu ao primeiro-ministro sobre a "situação limite" dos profissionais que representam, alertando para um eventual "extremar posições" perante a "ausência de resposta" do Governo.
A PSP indicou, na sexta-feira, que polícias de vários comandos do país tentaram entregar as armas de serviço como forma de protesto e avançou que existe "um número de baixas médicas superior ao habitual" entre os agentes.
Notícia atualizada às 09h28