Mais de 266 mil euros. Alexandra Reis já devolveu valor da indemnização pedido pela TAP
A ex-administradora da companhia aérea devolveu mais de metade da indemnização bruta que recebeu em 2022 e não vai contestar.
Corpo do artigo
A ex-administradora da TAP Alexandra Reis informou, esta quarta-feira, que já devolveu 266.412,76 euros da indemnização bruta de de 500 mil euros que recebeu em 2022.
"Informo que hoje, após quase três meses à espera de que a TAP me indicasse o valor a devolver, efetuei a devolução de 266.412,76 euros", pode ler-se num comunicado enviado por Alexandra Reis a vários órgãos de comunicação social.
A TAP enviou, esta semana, uma carta à ex-administradora a comunicar quanto é que tinha de devolver.
16449118
Para já, Alexandra Reis garante que vai devolver o que a TAP está a pedir, sem contestar, mas deixa claro que não concorda com as contas feitas pela empresa e pelo Fisco.
"Foi este o montante líquido global indicado pela TAP. E, apesar de não me rever nele e de não o entender, uma vez que o mesmo não me foi detalhado, nem fundamentado pela empresa, e de também, como é sabido, discordar do parecer da IGF, por minha livre iniciativa, e tal como deixei claro desde o primeiro momento, efetuei a devolução", explicou a ex-administradora da TAP.
Alexandra Reis protagoniza a polémica que começou no Natal do ano passado, altura em que foi noticiado que a então governante tinha recebido uma indemnização de cerca de 500 mil euros para sair antecipadamente da administração da TAP.
O caso levou à demissão do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do secretário de Estado Hugo Mendes, além da própria Alexandra Reis, que esteve menos de um mês no Governo.
Alexandra Reis foi chamada pela comissão de inquérito na qualidade de ex-administradora da TAP, ex-presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal -- Navegação Aérea, para onde transitou após a saída da companhia aérea, e de ex-secretária de Estado do Tesouro.
Numa declaração escrita em dezembro, Alexandra Reis disse que o acordo de cessação de funções "como administradora das empresas do universo TAP" e a revogação do seu "contrato de trabalho com a TAP S.A., ambas solicitadas pela TAP, bem como a sua comunicação pública, foi acordado entre as equipas jurídicas de ambas as partes, mandatadas para garantirem a adoção das melhores práticas e o estrito cumprimento de todos os preceitos legais".
Na sequência de uma auditoria da IGF, que encontrou falhas graves no acordo de saída entre a TAP e Alexandra Reis, o Governo decidiu exonerar a presidente executiva e o presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja.
O Governo pediu ainda a restituição de grande parte do valor da indemnização (450.110,26 euros), que Alexandra Reis disse devolver "por vontade própria", apesar de discordar do parecer da IGF.