Alga invasora "alastra de forma preocupante" em Portugal. Governo aprova estratégia, Algarve fez trabalho de casa
A macroalga invasora em causa é uma espécie exótica de origem asiática que tem vindo a surgir cada vez mais, em especial no Algarve e em Cascais
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O Governo aprovou esta terça-feira a Estratégia Nacional para a Gestão da Macroalga Invasora. O objetivo é controlar a alga asiática que tem atingido a costa algarvia e as praias de Cascais.
Num comunicado conjunto, os ministérios da Agricultura e do Ambiente dizem que a Agência Portuguesa do Ambiente vai coordenar o grupo de trabalho que pretende fazer a monitorização, remoção e controlo da "macroalga invasora Rugulopteryx okamurae, uma espécie exótica de origem asiática que tem vindo a alastrar de forma preocupante na costa portuguesa, com especial incidência no Algarve e na zona de Cascais".
Mas, no Algarve, há já quem trabalhe neste tema há algum tempo. O Observatório Marinho do Algarve, criado pelo Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve (CCMAR), já tem trabalho de casa feito. Os investigadores têm reunido com vários parceiros ligados ao turismo e à indústria, e percebido as preocupações, mas também as possibilidades que esta alga invasora pode trazer.
Em declarações à TSF, Daniela Fazenda, investigadora do CCMAR, sublinha alguns dos projetos já estão em andamento e afirma que "já há cientistas a trabalhar numa série de indicadores e também de tecnologias satélite que permitem localizar os volumes de algas", para saber como "chegam e quando chegam", mas também a deteção em alto mar.
Esta alga invasora que nos últimos anos tem chegado à costa do Algarve e também de Cascais, sobretudo em praias com rochas, está a deixar cada vez mais os banhistas e o setor do turismo em estado de alerta.
Daniela Fazenda explica também à TSF que há mais projetos em curso. "Temos outros cientistas a testar barreiras, para tentar desviar as algas para outros sítios", refere, acrescentando: "Teremos um sistema de semáforo (verde, amarelo e vermelho) relativamente à chegada da alga, para mitigar o impacto."
"A nova estratégia estabelece um plano de ação integrado que inclui medidas de monitorização, resposta operacional, valorização da biomassa, investigação científica e coordenação institucional, com o objetivo de mitigar os impactos ecológicos, sociais e económicos desta macroalga invasora", informam os dois ministérios na mesma nota.
“A resposta a este fenómeno exige ação coordenada entre todos os níveis de governação e setores envolvidos. Estamos a agir com base na melhor evidência científica disponível para proteger o nosso litoral e garantir que comunidades piscatórias, turismo e ecossistemas não sejam postos em causa”, sublinha ainda a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, no comunicado.
A primeira reunião do grupo de trabalho criado pelo Governo será na próxima segunda-feira, dia 28, no Algarve.