O projeto prevê a possibilidade de mais 30 milhões de metros cúbicos de água no sistema Odeleite-Beliche.
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A empresa Águas do Algarve já enviou para apreciação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto de construção de uma captação de água na zona do Rio Guadiana. Será uma captação que se instalaria a montante do Pomarão, onde as águas já não terão influência salina, para depois as injetar na albufeira de Odeleite.
Se esta obra for aprovada e avançar, será financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e prevê um investimento de 61,5 milhões de euros. O vice- presidente da APA sublinha que a captação no Pomarão vai permitir colocar no sistema hidráulico mais 30 milhões de metros cúbicos de água para o abastecimento público no Algarve." O objetivo do PRR é poupar nos sistemas urbanos 12 hm3, na agricultura 5 hm3, no aproveitamento das águas das ETARs são 8 hm3, com a [construção da ]dessanilizadora são mais 16 hm3 e a ligação ao Pomarão, mais 30 hm3", explica Pimenta Machado.
No Estudo de Impacto ambiental são apresentadas 3 alternativas que passam pelos concelhos de Mértola, Alcoutim e Castro Marim. No total, com as várias medidas previstas para a região, serão injetados no sistema mais 75 milhões de metros cúbicos de água, o equivalente ao consumo urbano para um ano no Algarve.
Tanto a Águas do Algarve, como a APA consideram que a alternativa de captação no Rio Guadiana a somar a outras decisões pensadas para a região, poderá ser capaz de garantir a resiliência do abastecimento público, mesmo em períodos de seca prolongada.
Até lá as albufeiras do Algarve, no total, pouco mais têm do que 30% da sua capacidade e as águas subterrâneas estão numa situação má ou medíocre.
Água dá para mais um ano
Depois de ter reunido a comissão de avaliação da seca no Algarve o vice presidente da APA garantiu que há água para abastecimento público para mais um ano. "Sobre isso não há dúvidas, não faltará a água nas torneiras", assegurou Pimenta Machado. No entanto, com um período de seca que se prolonga, as massas de água subterrâneas na região estão em mau estado."Temos o maior aquífero da região, o de Querença-Silves com um percentil abaixo de 20%, estamos preocupados e atentos", acrescenta. "Está pior do que a seca histórica de 2005", lamenta. Na última reunião interministerial sobre a seca ficou proibido autorizar novos furos neste território.