"Algo de muito grave está a acontecer" na Marinha. IL quer ouvir ministra da Defesa e Gouveia e Melo
A IL defende que o caso comprova que há um "falhanço e degradação" dos equipamentos militares.
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Depois do Chega, também a Iniciativa Liberal (IL) quer ouvir, com caráter de urgência, a ministra da Defesa e o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Gouveia e Melo sobre os 13 militares que recusaram embarcar numa missão por "razões de segurança".
Em declarações à TSF, o líder parlamentar da IL, Rodrigo Saraiva, critica a falta de investimento do Governo nas infraestruturas militares, lembrando que a polémica com o navio Mondego não é caso único.
"A partir do momento em que temos 13 militares que tomam uma decisão consciente de ter um ato de insubordinação é porque, de facto, há algo de muito grave a acontecer. Devemos questionar-nos porque é que estes 13 militares tiveram esta atitude", sustenta.
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Para o líder da bancada liberal, há um "falhanço e degradação" dos equipamentos militares, recordando "a situação em tornos dos Leopard 2, cedidos à Ucrânia, e o Estado não sabia quantos tínhamos, nem quantos estavam em condições".
Rodrigo Saraiva admite que os militares têm noção de que vão ser sancionados, e defende que o caso deve servir de alerta para as condições de trabalho dos militares portugueses.
"Os militares ao tomarem esta atitude têm noção de que vão ter consequências, o que mostra a gravidade do que está a acontecer. Insubordinação nos ramos militares é grave, eles têm noção disso, o que demonstra o alerta e o cuidado com que devemos olhar para as condições em que os militares desenvolvem as suas funções", acrescentou.
No requerimentos, os liberais escrevem que o caso "apresenta grandes consternações a vários níveis", como "na responsabilidade das Forças Armadas portuguesas para com os seus parceiros militares, pondo em causa as capacidades de Portugal em assegurar o seu papel ao nível da defesa externa, pelo que o seu esclarecimento afigura-se necessário à clarificação das condições em que as forças armadas executam as suas funções".
Os militares serão sujeitos a um processo disciplinar e substituídos no navio-patrulha - desfecho habitual nos raros caos como este - mas não serão afastados da Marinha, revelou fonte da armada à TSF.
Os militares estão a ser ouvidos pela Polícia Militar esta terça-feira para apurar se há matéria criminal que possa resultar também num processo judicial.
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