A conclusão, publicada no British Medical Journal, partiu de dados cientifícos de quase 10 milhões de pessoas em todo o mundo.
Corpo do artigo
O consumo de alimentos ultra-processados está ligado a um maior risco de doenças como o cancro, doenças cardíacas, diabetes do tipo 2, ansiedade, depressão, obesidade e mortalidade precoce.
Os investigadores encontraram também ligações a problemas gastro-intestinais, asma e colesterol, mas nestes casos, as evidências são mais limitadas.
A conclusão é de um estudo que envolveu investigadores de instituições de referência, desde a Escola de Saúde pública Johns Hopkins, nos EUA, a Universidade de Sidney, na Austrália, ou a Sorbonne em França.
A partir de artigos científicos publicados nos últimos três anos, com um universo de quase 10 milhões de pessoas, o estudo atribui aos alimentos ultra-processados um risco acrescido de 50% nas doenças cardiovasculares, 48 a 53% no que toca ao risco de ansiedade e outros distúrbios mentais, 12% no diagnóstico da diabetes de tipo 2. Quanto à mortalidade, o risco é 21% mais elevado para quem consome este tipo de alimentos.
Os investigadores admitem limitações ao estudo, porque não foram medidos todos os factores, mas salientam que os efeitos nocivos causados pelos alimentos ultra-processados estão comprovados por vários estudos independentes.
Por isso, pedem às Nações Unidas que tome medidas para limitar o consumo destes alimentos, à semelhança do que acontece com o tabaco.
Entre os alimentos ultra-processados, estão os cereais, barritas de proteínas, refrigerantes ou refeições pré-cozinhadas.
Nos EUA e no Reino Unido, mais de metade de uma dieta média é composta por alimentos ultra-processados.
Outro estudo publicado na Lancet Public Health indica que em Inglaterra, mais de nove mil mortes relacionadas com doenças cardíacas poderiam ser prevenidas nos próximos 20 anos, se os restaurantes, bares, quiosques de fast food e take-aways incluissem nos menus, informação sobre as calorias.