Dois autarcas socialistas da Câmara de Aljezur foram condenados pelo Tribunal de Lagos a mais de três anos de pena suspensa por especulação imobiliária.
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A sentença lida na semana passada, mas só hoje foi tornada pública, através de dois comunicados, um dos autarcas afirmando que vão recorrer da sentença, e outro da Associação de Municípios do Algarve anunciando total solidariedade com os autarcas.
Manuel Marreiros, na altura presidente da Câmara e agora presidente da Assembleia Municipal, e José Amarelinho, então vereador e agora presidente da Câmara Municipal de Aljezur, prometem lutar até ao fim contra esta decisão. Em causa, a urbanização de Vale da Telha.
Em 1995, o secretário de Estado do Ordenamento considerou aquela uma área parcialmente urbanizável, mas a autarquia só permitia a construção onde já estivessem feitos arruamentos e houvesse infraestruturas como água e luz.
A queixa contra os autarcas baseia-se no facto de não terem autorizado as construções nesses lotes, fazendo-o mais tarde para privilegiar determinadas empresas.
Manuel Marreiros, na altura presidente da câmara, diz que a queixa não tem qualquer razão de ser.
A própria Associação de Municípios do Algarve, liderada pelo social democrata Macário Correia, mostra solidariedade e fala em clima de perseguição contra estes autarcas, ambos do Partido Socialista.
A AMAL argumenta que os dois nunca tiveram qualquer interesse pessoal e patrimonial nas decisões tomadas.
Manuel Marreiros salienta que a sentença é uma cópia da acusação e que o julgamento desvalorizou todas as testemunhas.
Tanto o presidente da Câmara como da Assembleia Municipal de Aljezur não vão abdicar dos seus cargos, mas Manuel Marreiros diz que não se recandidata.
A desilusão do autarca de Aljezur, condenado a perda de mandato e a 4 anos e 3 meses de prisão com pena suspensa.