O filme da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira, com quem a TSF falou, é o candidato de Portugal a uma nomeação para os prémios norte-americanos de cinema Óscares, em 2023.
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Quando o telefone tocou, ao final da manhã, o coração de Cristèle Alves Meira começou a bater mais rápido. A Academia Portuguesa de Cinema acabara de anunciar o representante nacional na corrida aos Óscares.
Do outro lado, Pedro Borges, da Midas Filme, produtora de "Alma Viva", tinha a melhor das notícias para a realizadora do filme.
"Quando eu vi o nome dele aparecer no meu telemóvel senti logo uma alegria. Se calhar é para isso, pensei... E foi mesmo. Ele trouxe essa boa notícia. Estou muito contente e muito orgulhosa. Não sei se vou levar a estatueta, acho que seria a primeira vez, mas vamos acreditar que é possível!", conta à TSF.
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Cristèle é lusodescendente. Desde sempre viveu entre França e Portugal e é no país natal dos pais que encontra matéria para as suas obras. "Alma Viva" é a sua primeira longa-metragem e conta a história de uma menina e da ligação à sua avó.
"Tem uma visão muito universal. É um filme sobre a questão do luto de uma menina que vai perder a avó. É uma história de amor, é um filme sobre crenças".
O tema da emigração tem sido a maior das inspirações de Cristèle Alves Meira. Contar Portugal sem tabus é uma missão que não quer largar.
"É uma vitória. Para mim, é como se fosse o reconhecimento de uma parte da cultura portuguesa, que muitas vezes é muito mal contada. Trata, sem tabus, da complexidade da vida dos emigrantes, das dificuldades que atravessam as famílias divididas. É uma parte da história portuguesa que também merece ser contada."
Portugal nunca teve um filme nos cinco nomeados pela academia norte-americana. A próxima edição dos Óscares está marcada para 12 de março.