No Parlamento, este ex-presidente da Estradas de Portugal disse que o então primeiro-ministro José Sócrates pressionava as estruturas políticas, que depois pressionavam Almerindo Marques.
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Almerindo Marques confirmou, esta sexta-feira, ter sofrido diversas pressões políticas vindas do então primeiro-ministro José Sócrates para lançar e adjudicar muitas obras em pouco tempo enquanto liderou a Estradas de Portugal.
Na Comissão Parlamentar de Inquérito às Parcerias Publico-Privadas, este ex-presidente da Estradas de Portugal falou da «pressão que era feita sistematicamente para se adjudicar mais e mais obras».
«O primeiro-ministro pressionava as estruturas políticas, com certeza, o secretário de Estado para me me dar instruções a mim», acrescentou, em resposta a uma pergunta do deputado democrata-cristão Altino Bessa.
Almerindo Marques, que deixou a Estradas de Portugal em março de 2011 devido a razões pessoais, desvalorizou ainda o facto de se ter gasto muito dinheiro em estradas, já que o «dinheiro que os contribuintes hão-de pagar ao menos vê-se nas estradas feitas».
«Acho que se gastou muito dinheiro mal gasto que nem isso se vê», acrescentou este ex-responsável da Estradas de Portugal, que considerou que ter muito «orgulho» do que foi feito quando passou pela empresa.
Este gestor disse ter ficado muito satisfeito com o que foi feito a nível de «modernização e estruturação», bem como nos «ganhos que se tiveram» e «no bom trabalho» que a sua administração fez.