Alta Centralizada ajuda a poupar mais de seis mil horas em camas de internamento na ULS de Braga
O projeto considerado pioneiro está a completar um ano de funcionamento
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Há um ano, o Hospital de Braga inaugurava um projeto pioneiro com o intuito de tornar o processo da alta clínica dos utentes mais eficiente. Decorridos 366 dias, os resultados estão à vista. Pela Alta Centralizada, com capacidade para acolher 15 utentes em simultâneo, passaram 2060 utentes, o que permitiu ganhos em termos de disponibilidade de camas para outros doentes de 6180 horas, visto que em média os pacientes aguardam neste espaço três horas.
Com uma taxa de ocupação na ordem dos 95%, de acordo com o enfermeiro diretor da ULS de Braga, Gonçalo Alves, este sistema surge como uma resposta para melhorar a eficiência da unidade hospitalar.
“Se estes utentes não estivessem neste serviço centralizado de altas, o que aconteceria é que eles iriam estar no internamento e outros utentes que necessitassem da disponibilidade de cama para internamento, doença aguda, tratamento ou para cirurgia, seria mais atrasado”, explica à TSF.
A equipa, disponível das 10h00 às 20h00, é composta por três enfermeiros e três auxiliares. Quando visitamos o espaço da Alta Centralizada, encontramos apenas um utente, sendo que durante a manhã passaram pelo local seis.
A enfermeira gestora da Alta Centralizada, Ana Paula Rolim, fala num mecanismo que veio permitir uma maior eficiência, por exemplo, para doentes que dão entrada na urgência. “Sobem mais cedo três horas. Só isso já é uma vantagem”, afirma. Além disso, a responsável confessa que este circuito permitiu ganhos também na área de cirurgia em que estavam a ser obrigados a cancelar as mesmas devido à falta de camas. Agora, “o doente entra no serviço e vai ter cama quando o utente que está no serviço tiver alta”, refere ainda.
A maioria dos doentes tem alta efetiva no período da tarde e, em alguns casos, já no período noturno. Ou seja, este serviço resulta também numa menor pressão sob os familiares que, desta forma, têm mais tempo para organizar o regresso a casa.
O projeto Alta Centralizada tem gerado curiosidade por parte de outras unidades locais de saúde. Em breve, serão realizadas pequenas intervenções com vista a melhorar o conforto dos pacientes, nomeadamente, com a instalação de televisões.
A ULS de Braga dá resposta a uma área direta de 274 mil utentes.
