Ao fim de cinco semanas, dos 57 militares que começaram o curso sobram apenas 17. A taxa de desistência está nos 70%, o que já levou o Exército a anunciar uma avaliação aos motivos das desistências.
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Em declarações aos jornalistas no regimento de Comandos, na Carregueira, Sintra, Rovisco Duarte afirmou que o número de desistências até ao momento no 128.º, que termina em junho, "é ligeiramente superior à média" mas frisou que já houve cursos com taxas de desistência superiores.
O 128.º curso começou em 7 de abril com 57 instruendos e registou até segunda-feira passada 40 desistências, todas a pedido, mantendo-se 17 em formação.
Rovisco Duarte disse estar convicto de que "o grande número de desistências já ocorreu", coincidindo com o "final da fase individual" que "é a mais exigente".
O general disse que vão ser analisadas as razões das desistências que não se registam "por motivos físicos ou de praxe ou de situações menos claras" mas sim apenas por "vontades declaradas".
"Arriscava-me a dizer que é mais um problema de fim de semana. O curso é exigente, é rigoroso, são muitos anos de curso de Comandos, com provas dadas em teatro e isso significa que não baixámos o nível de exigência e há alguma pressão, possivelmente das famílias, não sabemos mas isso é um assunto que queremos ver. Isso leva a que normalmente às segundas-feiras haja uma ou duas desistências", declarou.
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"Não estou a afirmar que é a pressão das famílias, estou a dizer que, associado ao fim de semana, surgem algumas desistências", acrescentou.
O general Rovisco Duarte disse que, apesar de tudo, "não é estranho" haver este número de desistências, assegurando que os motivos vão ser analisados no âmbito do processo de certificação do curso.
"Com certeza estão a ser recolhidos testemunhos de quem decidiu desistir, vão ser recolhidos testemunhos de quem avaliou, vamos trabalhar este processo e análise dentro destes referenciais", disse, admitindo alterações no próximo curso, ao nível do recrutamento, "se houver alguma coisa a corrigir".