Em causa está o número de altas clínicas a ocupar camas no hospital Nélio Mendonça
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O aumento das denominadas altas problemáticas no Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) tem provocado o cancelamento de algumas cirurgias, mas sem nunca comprometer intervenções urgentes, disse esta segunda-feira a secretária com a tutela no governo madeirense.
"A situação altas clínicas em qualquer hospital cria constrangimentos, porque se as pessoas têm alta clínica significa que, do ponto de vista de saúde, podem regressar às suas casas. São pessoas que permanecem nos hospitais, mas são situações sociais e não de saúde. Perante estas altas, toda a atividade fica comprometida", começou por afirmar a secretária regional da Saúde e Proteção Civil, Micaela Freitas, em declarações à TSF.
"O que fizemos no hospital Nélio Mendonça foi suspender algumas cirurgias, claro não urgente. Todas as cirurgias urgentes, prioritárias e em ambulatório continuam a ser feitas. De qualquer das formas, é uma medida que está a ser revista semanalmente", acrescentou.
A governante não especificou o número de cirurgias afetadas, mas disse que “os cancelamentos foram poucos”, apontando que o objetivo é “fazer mais cirurgias do que em 2024”.
"Este é um trabalho que não se faz sozinho", sublinhou, enumerando várias entidades, para que "estas pessoas tenham as melhores condições".
A Santa Casa da Misericórdia disponibilizou há poucos dias 12 novas camas, que serão ocupadas com base num acordo de cooperação com o Governo Regional.
Segundo a responsável madeirense, em 2024 foram realizadas 18 mil cirurgias no Sesaram e o objetivo “é subir o número”, argumentando que o aumento das altas problemáticas é um desafio mundial que está relacionado com crescimento da longevidade.
Micaela Freitas também salientou que a meta do executivo madeirense é contratar mais 200 enfermeiros e destacou que esta é a região do país com o maior rácio destes profissionais de saúde por habitante (10,5 por mil habitantes).
Aos enfermeiros, pediu, no âmbito da cerimónia, para serem “parte dos cuidados de saúde de excelência que são prestados na Madeira” e que “ajudem as pessoas que recorrem ao serviço”.
“Queremos prestar mais e melhores serviços”, vincou.
