Alterar férias dos profissionais de saúde: despacho é "absolutamente inaceitável" e "afasta-os ainda mais do SNS"
Este documento "vai criar mal-estar" às equipas que "estão a trabalhar em exaustão", assinala à TSF a líder da Federação Nacional dos Médicos, Joana Bordalo e Sá. Critica o Ministério da Saúde por "publicar unilateralmente a alteração de regras que prejudicam os médicos"
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A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considera "absolutamente inaceitável" o despacho do Governo de permitir que os hospitais alterem as férias dos profissionais de saúde para assegurar o funcionamento das urgências no inverno. O jornal Público adianta que a medida faz parte de um diploma que será em breve publicado em Diário da República, uma informação, entretanto, já confirmada pela TSF.
Em declarações à TSF, a líder da FNAM, Joana Bordalo e Sá, defende que esta intenção do Ministério da Saúde é "abusiva" e só contribui para "afastar ainda mais" os médicos e outros profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pois está a "privá-los de um direito fundamental".
Joana Bordalo e Sá sublinha ainda que esta decisão do Executivo "vai criar mal-estar" no SNS: "Este tipo de medidas, perfeitamente abusiva, numa altura em que as equipas estão a trabalhar em exaustão e já altamente reduzidas, estão a funcionar em mínimos, vai criar ainda mais problemas. É, repito, absolutamente inaceitável."
E aponta o dedo à tutela: "A única coisa que este Ministério da Saúde, de Ana Paula Martins, sabe fazer é publicar unilateralmente a alteração de regras que prejudicam ainda mais os profissionais de saúde, neste caso, os médicos."
A FNAM anunciou no início de setembro uma greve nacional dos médicos, que vai acontecer na terça-feira e na quarta-feira.

