Os alunos do curso de Medicina da Universidade do Algarve decidiram faltar às aulas em solidariedade com a direção do curso que se demitiu na quinta-feira.
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A direção do curso de Medicina anunciou a demissão em bloco na quinta-feira passada, dia 17, por causa de um novo protocolo que a Universidade do Algarve (UAlg) tem de fazer, devido à recente criação do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), que junta os hospitais de Faro, Portimão e Lagos.
O protocolo obriga a que os especialistas convidados para lecionar na universidade tenham de ter o acordo do diretor de serviço do Centro Hospitalar do Algarve.
Depois da direção do curso, também os médicos de família e grande parte dos clínicos do Hospital de Faro que dão aulas na UAlg ameaçam demitir-se por considerarem que o protocolo coloca em causa, de forma inaceitável, a autonomia pedagógica e científica do curso de Medicina e lhe retira a capacidade de garantir a qualidade do ensino.
Pelo mesmo motivo, e em solidariedade com a direção do curso, esta manhã os alunos de Medicina entraram em greve.
Na passada sexta-feira, o reitor da UAlg disse aos jornalistas que o protocolo é o mesmo do passado e que a autonomia pedagógica e científica não está em causa, classificando a demissão como um «flop».
O curso de Medicina do Algarve tem perto de 150 alunos e formaram-se 29 médicos desde 2009, ano em que abriu.