Alunos portugueses queixam-se da falta de dinheiro para continuar a estudar além do secundário
Quase 40 por cento dos alunos portugueses diz que gostava de continuar a estudar para lá do secundario mas que não há dinheiro para isso. A conclusão está num estudo apresentado esta segunda-feira em Bruxelas.
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O estudo ouviu 5300 jovens, 2600 patrões e 700 instituições educativas de oito países da União Europeia.
Para Portugal, um dos principais dados é que 38% dos ouvidos afirma que queria continuar a estudar mas não pode porque não tem dinheiro.
Os mais de mil euros pagos em propinas são uma das razões apontadas. Outro fator que eleva as despesas é a deslocação da área de residência. «45 por cento dos jovens têm de sair da sua cidade para continuar a estudar».
O inquérito chama-se "Educação para o Emprego: Pôr a Juventude Europeia a Trabalhar" e foi realizado em França, Alemanha, Grécia, Itália, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido. No conjunto, estes países somam perto de 75 por cento de todo o desemprego jovem na União Europeia a 28.
Em Portugal, um terço dos jovens portugueses declarou não ter tempo para estudar porque tinha de trabalhar. Nesta resposta é o valor mais elevado entre os oito países analisados. Ainda em Portugal, a grande maioria dos alunos - 86 por cento - considera que não recebe informação suficiente sobre as oportunidades de emprego antes de terminar a escola secundária.
O estudo concorda e, nas conclusões, afirma-se que «as lacunas de informação são significativas».
Do lado dos empregadores outras respostas: no inquérito eles dizem enfrentar uma escassez de competências. Três em cada 10 patrões portugueses afirmam não preencher vagas que têm por não encontrarem candidatos com as habilitações necessárias.
Portugal tem uma das mais altas percentagens de jovens que gostariam de continuar os estudos para lá do secundário mas não têm possibilidade de os pagar.
Jorge Ascensão, presidente da Confederação das Associações de Pais diz que não fica surpreendido com a percentagem de jovens portugueses que têm de interromper os estudos por falta de dinheiro. Para Jorge Ascensão é mais uma consequência dos cortes no orçamento das familias.