Alunos portugueses sentiram mais apoio durante pandemia do que a média da OCDE
Ainda assim, só 12% dos alunos portugueses relataram que eram questionados diariamente, por alguém da escola, sobre como se sentiam, o que representa menos um ponto percentual do que a média da OCDE.
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Setenta e três por cento dos estudantes portugueses garantiram estar a ser apoiados diariamente através das aulas virtuais, enquanto a média na OCDE desce para 51%. No entanto, apenas 12% dos alunos portugueses relataram que eram questionados diariamente, por alguém da escola, sobre como se sentiam, o que representa menos um ponto percentual do que a média da OCDE.
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) voltou a analisar os conhecimentos a Matemática, Leitura e Ciência de alunos de 15 anos de todo o mundo - em 2022 participaram cerca de 690 mil alunos de 81 países e economias - e o retrato do desempenho dos estudantes releva "uma quebra sem precedentes", em que Portugal não foi exceção.
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Além do desempenho a matemática, leitura e ciências, o relatório PISA também analisa o impacto da Covid-19 nas escolas e, em comparação com a média da OCDE, o cenário português é favorável: 42% dos alunos portugueses referem que a escola esteve encerrada durante mais de três meses, enquanto a média nos países da OCDE é 51%.
Vinte e quatro por cento dos alunos portugueses tiveram problemas, pelo menos uma vez por semana, em compreender as tarefas escolares e 17% dos estudantes admitiram ter dificuldade em encontrar alguém que os pudesse ajudar com os trabalhos escolares. Todas estas percentagens são inferiores à média dos outros países analisados.
Se, no futuro, as escolas tiverem de voltar a fechar, muitos estudantes da OCDE sentem-se confiantes para utilizar a tecnologia digital para aprender à distância, mas menos seguros para assumir a responsabilidade da própria aprendizagem.
Diretores com mais abertura para alertar sobre escassez de professores
De 2018 para 2022, os diretores das escolas mostraram mais abertura para alertar sobre a falta de professores. Em 2022, 62% dos alunos portugueses estavam em escolas em que os diretores referiram que faltavam docentes e 27% dos alunos consideraram os professores pouco qualificados. Em 2018, estas percentagens correspondiam a 32% e 23%.
As escolas onde os diretores referiram que faltam professores tiveram resultados mais baixos em matemática do que as escolas que não reportaram falta de pessoal docente.
No que diz respeito à autonomia das escolas, em Portugal, 37% dos alunos frequentavam uma escola em que os diretores eram os principais responsáveis pela contratação dos professores. A média da OCDE está bem acima, nos 60%.