Cerca de 75.000 alunos só hoje ficam a saber se podem ou não fazer os exames de Português e de Latim, uma vez que o Governo não alterou a data das provas e os sindicatos mantiveram a greve.
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A época oficial de exames de Ensino Secundário começa hoje com o grande exame de Português, para o qual estão inscritos 74.407 alunos, realizando-se também provas de Latim (108 inscritos) e de Português Língua Não Materna (para imigrantes), com 136 alunos.
A prova de Português está marcada para as 09h30, mas a preparação começa antes. Entre as 07h00 e as 08h00, a PSP e a GNR começam a entregar os enunciados nas escolas.
Na hora seguinte, entre as 08h00 e as 09h00, é a vez de chegarem os professores. Os diretores fazem depois as contas para aferir se há um número suficiente de docentes para a realização da prova.
Se houver, os alunos, que devem chegar à escola por volta das 09h00, são chamados quinze minutos depois para se sentarem nos seus lugares.
Às 09h30 os envelopes são abertos e os exames entregues. É a esta hora que começa a época oficial de exames.
Os professores, que começaram por fazer uma greve ao serviço de avaliações, decidiram agendar uma paralisação geral para hoje para contestar o regime de requalificação profissional e a mobilidade geográfica proposta pelo Governo, bem como o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais.
Os sindicatos temem o despedimento de professores do quadro e a dispensa de contratados, em larga escala. A mobilidade geográfica implica também aumentar a distância da residência a que os docentes podem ficar colocados.
Desde o ano passado que a primeira fase de exames tem caráter obrigatório, ficando uma segunda fase reservada apenas para situações excecionais.
Face à ausência de acordo entre Governo e sindicatos, um colégio arbitral decidiu pela não realização de serviços mínimos. O Ministério da Educação ainda recorreu da decisão, mas não obteve resposta em tempo útil.
A greve aos exames sucede-se a uma manifestação, realizada sábado em Lisboa, na qual participaram, segundo os sindicatos, 50 mil professores de todo o país.