O procurador-geral adjunto Amadeu Guerra toma posse hoje como diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, para suceder a Cândida Almeida num mandato de três anos.
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Amadeu Guerra, de 58 anos, tido como discreto e com reconhecida capacidade de liderança, foi indicado para o cargo pela procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, e nomeado pelo Conselho Superior do Ministério Público, no plenário de 28 de fevereiro.
Em 19 conselheiros, incluindo Joana Marques Vidal, 16 pronunciaram-se favoravelmente e apenas três se opuseram à designação de Amadeu Guerra para a direção do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), organismo da dependência direta da Procuradoria-Geral da República.
Em declarações à TSF, Carlos Anjos, antigo dirigente da Associação de Investigadores da Polícia Judiciária (ASFIC), a mudança de responsável deve trazer sobretudo uma alteração de paradigma. Carlos Anjos diz que tem de inverter-se o histórico de investigações muito mediatizadas que acabam por não dar qualquer resultado.
Há um ano, no congresso do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, o novo diretor do DCIAP defendeu o combate à corrupção e deu indicações para a renegociação das PPP (Parcerias Público Privadas).
Com uma carreira de mais de 33 anos no Ministério Público (MP), Amadeu Guerra exercia as funções de coordenador do MP no Tribunal Central Administrativo do Sul.
Amadeu Guerra vai ocupar o lugar de Cândida Almeida, que, nos últimos 12 anos, dirigiu o DCIAP, onde se investigam processos de grande complexidade, especialmente os relacionados com crimes económicos-financeiros.
Cândida Almeida não foi reconduzida pela procuradora-geral da República, que decidiu investigar alegados casos de violação do segredo de justiça no DCIAP.