O projeto surge para prevenir doenças a longo prazo nos mais novos. O critério é do médico de família, que pode receitar atividades de ar livre ou na água
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O Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) vai avançar em breve com um projeto de prescrição social para crianças entre os seis e 12 anos, na zona da Damaia. O objetivo é essencialmente prevenir doenças a longo prazo e ajudar a "criar relações humanas”.
"Sabemos que a pobreza, o isolamento social e a discriminação crónica têm impactos na saúde. Já vários estudos demonstraram que aumenta o risco de aparecimento de doenças crónicas como depressão e ansiedade”, começa por referir à TSF Beatriz Parreira, membro da equipa que vai concretizar este projeto.
“Neste caso, a prescrição social é, no fundo, a possibilidade de um médico, perante uma situação social complexa, (...) poder prescrever ao seu utente uma atividade não clínica que nós sabemos que tem potencial prevenir a longo prazo o aparecimento realmente de doenças”, acrescenta.
O critério é do médico de família, que pode receitar atividades de ar livre ou na água. Beatriz Parreira explica que não tem necessariamente de “fazer mergulho ou algo muito complexo”, pode ser apenas uma “atividades num parque” ou coma organizações que já existem na comunidade.
A prescrição social já existe em vários locais do país, mas para os mais idosos que, geralmente, não programam “muito bem esta fase de vida”, nomeadamente o pós-reforma.
"A prescrição social tem mostrado que cria ligações entre o indivíduo e a própria comunidade. Não é só ir fazer uma atividade, ginástica, ou pinturas, é sobre criar relações humanas”, sublinha.
O projeto alarga-se agora aos mais novos. Em breve as crianças dos seis aos 12 anos vão poder começar a usufruir da parceria entre o Hospital Amadora-Sintra e a Escola Nacional de Saúde Pública, financiada pela Fundação Calouste Gulbenkian.