Ambientalistas contra novas barragens. "Há pressões grandes para se construírem ainda mais"
Uma petição do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente visa contestar "o número exagerado de barragens que há em Portugal e a perspetiva de se construir ainda mais barragens".
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O GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente - lançou uma petição, bem como uma campanha, que defende uma adenda legislativa no sentido de travar a construção de novas barragens.
Na perspetiva do GEOTA, estes equipamentos provocam danos no meio ambiente, como a retenção de sedimentos, que deixa as praias sem areia.
Ricardo Próspero, coordenador técnico e científico no GEOTA, explica à TSF que o grupo pretende contestar "o número exagerado de barragens que há em Portugal e a perspetiva de se construir ainda mais barragens". O GEOTA defende que "há pressões grandes para se construírem ainda mais barragens, neste momento, para aproveitamento hidroagrícolas que estão a afetar o Tejo".
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"Acreditamos que qualquer investimento em barragens, se não for devidamente comprovado, não deve ser considerado pelo Estado", realça Ricardo Próspero.
A organização dá o exemplo da Costa de Caparica e Espinho, onde os areais estão cada vez mais reduzidos. Ricardo Próspero considera, por isso, que é preciso impedir, com força de lei, a construção de mais barragens sem critério, com a criação de "um mecanismo legal adicional de proteção permanente de rios em estado selvagem e de forma a garantir que não há novas barreiras em rios que apresentam um ótimo estado ecológico".
"Neste momento, a proposta de lei define a criação de reservas, zonas de proteção que estão devidamente definidas", lembra Ricardo Próspero.
A petição reuniu 260 assinaturas, um número muito longe ainda das 20 mil necessárias para ser submetida à Assembleia da República.
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