Os lixos recicláveis estão a ser depositados em aterro ou queimados por causa da "suspensão da recolha porta a porta em algumas zonas de Portugal, como Lisboa", alerta a Quercus.
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O Dia Internacional da Reciclagem assinala-se este domingo, com a associação ambientalista Quercus a alertar que Portugal está a reciclar abaixo do esperado por causa da pandemia de covid-19 e poderá falhar o cumprimento da diretiva europeia sobre resíduos.
Os lixos recicláveis estão a ser depositados em aterro ou queimados por causa da "suspensão da recolha porta a porta em algumas zonas de Portugal, como Lisboa" e pela "limitação dos circuitos de recolha seletiva através de ecopontos", que enchem mais depressa, não são despejados e levam as pessoas a pôr tudo no lixo comum.
"A Quercus acredita ainda que Portugal irá sofrer um retrocesso na educação para a reciclagem, bem como na quantidade de resíduos reciclados", refere em comunicado a associação, que pede "com urgência, uma campanha que promova novamente os bons hábitos de recolha seletiva e de reciclagem".
A associação ambientalista alertou, ainda, que o panorama atual pode impedir que Portugal cumpra a Diretiva Comunitária para os Resíduos, que supõe que em julho deste ano acabe de vez a deposição em aterro ou incineração de resíduos da recolha seletiva e que em 2022, 50 por cento do lixo recolhido seja reciclado.
Por seu turno, a ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável anunciou a entrega ao Ministério do Ambiente de "uma proposta com medidas que permitirão, nos próximos anos, a criação no mínimo de mais de 5 mil postos de trabalho diretos e permanentes neste setor".
"Entre as atividades de reciclagem que mais podem ajudar a atingir este objetivo constam a recolha seletiva e triagem de resíduos urbanos com cerca de 2.500 empregos, o tratamento biológico de resíduos urbanos com 1.000, a reciclagem de resíduos de construção e demolição (RCD) com 500, a recolha e reciclagem de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE) com 700, a indústria de reciclagem de plástico com 400, a recolha seletiva e reciclagem de resíduos de comércio e serviços com 300 e a reciclagem das lamas das ETAR domésticas com 100", apontou a ZERO em comunicado.