A Assistência Médica Internacional foi fundada por Fernando Nobre. Em declarações à TSF, o presidente da AMI considera que estas quatro décadas valeram a pena
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A Assistência Médica Internacional (AMI) foi fundada há 40 anos, a 5 de dezembro de 1984, pelo cirurgião Fernando Nobre. Desde então, a AMI já realizou missões em mais de 80 países em todo o mundo e distribuiu milhares de toneladas de apoio, que inclui medicamentos, produtos alimentares e roupa. À TSF, Fernando Nobre diz que celebrar o aniversário é lembrar "uma utopia".
“Utopia quer dizer que pensamos num mundo melhor e acho que o mundo só evolui se vivermos com utopias e se as pudermos concretizar. Ao longo de 40 anos, acho que foi o que a AMI conseguiu. Foram 40 anos com muitas dificuldades, não vou negar, mas é uma obra que dignificou Portugal", afirma.
Fernando Nobre nasceu em Angola e cresceu na Bélgica. Mais tarde, decidiu vir para Portugal, o país de origem dos pais, onde criou a AMI. Apesar dos desafios, o médico considera que estas quatro décadas valeram a pena. “Acho que valeu a pena voltar a Portugal e criar a obra que criei e à qual me dedico há 40 anos. Como dizia um sábio: 'Tudo vale a pena, se a alma não é pequena’, e acho que a alma da AMI não foi de todo pequena”, considera.
Esta quinta-feira assinala-se também o Dia Internacional do Voluntariado. Fernando Nobre define o conceito como o “ato de querer participar”. “O desenvolvimento de uma sociedade mede-se pelo percentual de voluntários que essa sociedade tem. Quanto mais voluntariado existe numa sociedade, mais a sociedade é desenvolvida. Eu acredito que, aí, ainda temos de fazer um bom caminho.”
O médico reconhece que é cada vez mais difícil recrutar voluntários. “As pessoas também precisam de contrapartidas para poderem partir, porque têm encargos, e hoje os encargos são cada vez mais pesados. Há sempre falta de voluntários.”
