
António Cotrim/ Lusa
Em muitos países, as mulheres continuam a ganhar menos, a ter menos segurança no trabalho, a serem impedidas de aceder a cargos políticos e a enfrentar violência sexual.
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O aviso da Amnistia é claro: o poder da voz das mulheres não deve ser subestimado. A organização lembra que, no relatório anual sobre os Direitos Humanos, que grupos pela legalização do aborto, como o argentino "Ni una menos", estabeleceram movimentos de massa nunca antes vistos.
As conquistas são várias. Na Índia e na África do Sul, houve manifestações contra a violência sexual. Na Arábia Saudita exigiu-se o direito a conduzir. No Irão lutou-se plo fim do uso obrigatório do véu. Sem esquecer o movimento Me Too que nasceu nos Estados Unidos e se alastrou pelo mundo.
Mas há muito caminho por desbravar. Em muitos países, as mulheres continuam a ganhar menos, a ter menos segurança no trabalho, a serem impedidas de aceder a cargos políticos e a enfrentar violência sexual.
A organização lembra que é preciso continuar a lutar e a estar atento aos líderes políticos machistas que tentam minar os princípios de igualdade, em nome da proteção da família e da defesa dos valores tradicionais.
No relatório sobre o estado dos Direitos Humanos no mundo, a Amnistia Internacional continua preocupada com a repressão sobre dissidentes políticos, em particular em África, mas regista sinais de esperança, por exemplo em Angola, com a eleição de João Lourenço.
Já a subida ao poder do brasileiro Jair Bolsonaro - com um discurso anti-Direitos Humanos - deixa a Amnistia apreensiva.
Também a crise na Venezuela e na América Central que levou milhões de pessoas a abandonar os países de origem levanta preocupações, tal como a resposta dos Estados Unidos com a separação de famílias e o bloqueio aos pedidos de asilo.