"Amuou e diz que vai parar a linha." Sevenair acusa autarca de Cascais de suspender serviços a partir de segunda-feira
A empresa contratada pelo Estado para garantir a ligação acusa Carlos Carreiras de ter dado ordens para suspender todos os serviços do Aeródromo de Cascais por conta de uma dívida que não esta empresa não reconhece
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A Sevenair acusou este domingo o presidente da câmara de Cascais, Carlos Carreiras, de ordenar a suspensão dos serviços do Aeródromo de Cascais à operação da linha área Trás-os-Montes/Algarve, visando “paralisar os voos” a partir de segunda-feira.
Em declarações à TSF, o administrador Carlos Amaro explica que os motivos alegados para esta decisão por parte do autarca “são uma suposta dívida de taxas de handling”, de 107 mil euros, que o grupo considera “não serem devidas” à empresa municipal Cascais Dinâmica, gestora do aeródromo Municipal de Cascais.
"O Estado tem uma dívida muito elevada connosco. Enquanto não nos pagou fomos, inclusivamente, obrigados a fechar a linha em setembro. Finalmente começaram a regularizar, apresentámos um plano de pagamentos como fizemos sempre em todos os anos das concessões sempre que o Estado se atrasou a pagar-nos, cumprimos inclusivamente na sexta-feira a última prestação daquilo que entendemos que devíamos”, adianta.
“Depois pedimos uma reunião com a câmara recusou-se a falar connosco. Diz que só fala connosco depois de pagarmos, nós não concordamos com isso”, acrescenta.
Carlos Amaro garante que “o avião no ar não fica” e não poupa criticas ao autarca de Cascais, que “amuou e diz que vai para a linha”.
“É caso para dizer: o Estado central que se entenda com o local”, atira.
A Sevenair apresentou uma queixa à Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), regulador do setor, sublinhando que, “não obstante as dificuldades financeiras que tem enfrentado e que são do conhecimento público, decorrentes dos atrasos de pagamento por parte do Governo Português, foi feito um esforço acrescido para liquidar todas as faturas pendentes relativas aos serviços prestados pela Cascais Dinâmica”.
A Sevenair indica que, “considerando todas as empresas do Grupo”, esse valor ascendia a 387 mil euros, em finais de 2024.
Contactado pela TSF, o presidente da câmara de Cascais remeteu a resposta para um futuro comunicado da empresa municipal Cascais Dinâmica.