O líder da tendência Alternativa e Responsabilidade do CDS-PP, Filipe Anacoreta, acusou hoje Paulo Portas de irresponsabilidade, e apelou a que «o partido não caia com o seu líder» e ponha o país em primeiro lugar.
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Filipe Anacoreta, primeiro subscritor de uma moção de estratégia global ao XXV Congresso do CDS-PP, marcado para sábado e domingo na Póvoa de Varzim, não coloca a hipótese de a reunião magna ser adiada, considerando que é uma oportunidade para que se assumam «responsabilidades» no partido, desafiando concretamente Pires de Lima e Nuno Melo.
«Esta decisão do doutor Paulo Portas é uma decisão irrefletida, incoerente e totalmente irresponsável», afirmou Filipe Anacoreta, que não excluiu candidatar-se à liderança do CDS-PP.
Para o líder da Alternativa e Responsabilidade, a decisão de Portas de se demitir do Governo «contradiz» o que o presidente dos centristas defendeu na sua moção ao Congresso e «atira o país para uma crise de enorme gravidade», que «põe em causa provavelmente os sacrifícios dos portugueses ao longo destes anos».
«O primeiro apelo que considero que é essencial fazer é um apelo de segurar o partido para que o partido não caia com o seu líder. Há que fazer um apelo aos governantes, aos dirigentes, aos principais responsáveis, para que não se precipitem, deem a voz ao partido», declarou.
«Nós temos, por coincidência ou não, um congresso marcado para daqui a três dias, é a reunião magna, e no meu entender é a altura adequada para o partido se pronunciar e para tentar não seguir nesta precipitação para que o líder nos conduziu», sublinhou.
Questionado sobre se defende que o partido continue a apoiar o Governo sem Paulo Portas, Filipe Anacoreta respondeu: «Acho que nós temos que fazer todo o esforço para pôr o país acima do partido e as circunstâncias pessoais de cada um subordinadas ao interesse do partido e ao interesse do país. Foi assim que o doutor Paulo Portas sempre afirmou que faria e é isso que nesta altura nós temos também que fazer».
«Encaro como muito desejável que este congresso seja uma oportunidade para todos no CDS assumirem a sua responsabilidade e refiro-me em concreto ao doutor António Pires de Lima, ao doutor Nuno Melo, ambos primeiros subscritores de uma moção», desafiou.