O presidente da Câmara de Cascais admitiu hoje poder vir a verificar-se uma «rutura» no XXII Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), na sexta-feira e no sábado, motivada pela possibilidade de uma «radicalização» partidária.
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Carlos Carreiras (PSD), que é também presidente da mesa do Congresso, disse hoje temer que os interesses partidários se sobreponham: «Não escondo algum receio de haver uma radicalização por um grupo de autarcas do PCP que têm radicalizado o seu discurso e que têm arrastado alguns autarcas socialistas. Por isso, não escondo uma possibilidade de rutura no Congresso».
O autarca de Cascais, que falava na conferência "Os desafios à gestão autárquica", em Lisboa, considerou o Congresso da ANMP uma oportunidade para «reafirmar o reconhecimento do bom trabalho que as autarquias locais têm feito» e alertou para a necessidade de se evitar que a reunião magna seja ideológica.
«Se for lá refletido o posicionamento partidário em detrimento do interesse autárquico, a rutura é um risco que eu não escondo que possa vir a acontecer», frisou.
Também o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta (PS), que também participou na conferência "Os desafios à gestão autárquica", apelou à «união» das autarquias no congresso.
«O congresso deveria ser um ponto de união, para discutir denominadores comuns. Claro que depois mete-se a política. Nunca nos podemos abstrair dos interesses dos partidos, mas o grave é quando colocamos o interesse dos partidos acima dos interesses das pessoas», afirmou o autarca de Sintra, referindo que não estará presente.
O XXII Congresso da ANMP reúne-se, na sexta-feira e no sábado, em Tróia, concelho de Grândola, sob o tema "Afirmar Portugal com o Poder Local", antecipado pelo conselho diretivo para debater "a perda de autonomia" e a "asfixia financeira" dos municípios.