"Antes que aconteça uma catástrofe." Guardas da prisão de Setúbal em greve até fim de junho por falta de segurança
Em declarações à TSF, o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional deixa um alerta: a greve pode prolongar-se além de junho, caso não haja um reforço do corpo da guarda
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Os guardas do estabelecimento prisional de Setúbal começam, esta quinta-feira, uma greve que se vai estender até ao final de junho. Em declarações à TSF, Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, explica que em causa estão a falta de guardas e de segurança na prisão, reivindicações que já foram feitas ao Ministério da Justiça.
“Do Vale de Judeus vieram processos disciplinares por não conseguirmos garantir com segurança os serviços. Antes que aconteça o mesmo em Setúbal, antes que aconteça uma catástrofe ou uma fuga - ou o que quer que seja -, entramos em greve por falta de segurança, que assim já não temos problemas com processos disciplinares, porque nós avisámos [o Ministério da Justiça] que não há segurança na cadeia”, afirma.
O presidente do sindicato revela que há dias em que o estabelecimento prisional só tem “dois guardas a trabalhar entre as 17h00 e as 24h00” e que “durante a noite também só estão dois guardas”.
A nível de efeitos da greve, Frederico Morais adianta que os reclusos passam a ter uma visita por semana em vez de duas e passam a estar no espaço exterior da prisão apenas duas horas por dia, enquanto antes estavam das 08h30 às 17h00. “O resto [do dia] passam dentro da cela”, esclarece.
Face a estas condições, foi definido que o acesso ao bar, onde os reclusos compram produtos como tabaco e bens alimentares, será alargado. “Os representantes decidiram que poderiam ter [acesso] todos os dias de manhã, das 08h30 às 11h30, enquanto estão abertos.”
A greve vai prolongar-se até ao final de junho, mas Frederico Morais avisa que pode estender-se ainda mais, caso não haja um reforço do corpo de guardas no estabelecimento prisional.
