Antigo diretor-geral da Saúde defende "mudança na lei" para dar "mais autonomia" aos administradores hospitalares

Francisco George, antigo diretor-geral da Saúde
Virgilio Rodrigues/Global Imagens (arquivo)
"A mudança da legislação não é competência dos administradores hospitalares, é competência dos governantes, do Ministério da Saúde e dos deputados da Assembleia da República", lembra Francisco George
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Francisco George, antigo diretor-geral da Saúde, sublinhou o que escreve, esta quinta-feira, nas redes sociais, Fernando Leal da Costa, ex-ministro da Saúde do PSD, no sentido de haver uma mudança na lei para dar uma maior autonomia aos administradores hospitalares.
"Vou citar: "Os gestores hospitalares não podem viver com orçamentos a conta-gotas sob o regime de terror do Tribunal de Contas. A legislação tem de ser mudada." Ora, como se sabe, a mudança da legislação não é competência dos administradores hospitalares, é competência dos governantes, do Ministério da Saúde e dos deputados da Assembleia da República. Há um problema de um quadro legislativo que precisa de ser mudado no sentido de ampliar a autonomia que os administradores hospitalares precisam de ter", afirmou Francisco George, em declarações no Fórum TSF.
O antigo diretor-geral da Saúde sugere que a ministra da Saúde "fale" com o "seu colega e ex-ministro do mesmo partido, Fernando Leal da Costa". "Neste plano político de lutas partidárias seria insuspeito, e teria seguramente muito a dizer à ministra da Saúde, que atualmente ocupa o lugar neste contexto do Governo atual", considerou Francisco George.
Na quarta-feira, a ministra da Saúde defendeu que os hospitais têm administrações "fracas" e anunciou uma auditoria aos hospitais públicos. Francisco George, antigo diretor-geral da Saúde, lamentou a falta de autonomia dos administradores hospitalares.
"Essa falta de autonomia refere-se à gestão não só de recursos humanos, médicos, enfermeiros, outros especialistas, mas também a tudo o que diz respeito a investimentos, equipamentos inovadores, instalações e todos esses problemas que exigem a mobilização de meios financeiros, mesmo que estejam disponíveis, eles precisam de uma dupla autorização de duas tutelas não só da Saúde, como das Finanças", sublinhou.