Antigo militar português Jerónimo Guerreiro morreu na linha da frente da Ucrânia
A informação foi confirmada pela TSF junto do secretário de Estado para as Comunidades Portuguesas. O antigo soldado terá morrido nos arredores de Kupiansk, numa zona controlada pelos russos. As autoridades portuguesas ressalvam, contudo, que a informação ainda é "oficiosa"
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O antigo militar português Jerónimo Guerreiro morreu a lutar pela Ucrânia. O antigo bombeiro e paraquedista pertencia à Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, um grupo de soldados com várias nacionalidades, que trava a guerra ucraniana contra a Rússia.
A notícia da morte do antigo paraquedista foi avançada pela CNN Portugal e, entretanto, confirmada pela TSF junto do secretário de Estado para as Comunidades Portuguesas, José Cesário. As autoridades portuguesas ressalvam, contudo, que a informação ainda é "oficiosa", uma vez que ainda não têm o corpo do antigo soldado.
É uma informação oficiosa apenas, que a própria família, neste caso a mãe do jovem, também confirmou. Efetivamente, tivemos a informação da Ucrânia de que este jovem terá falecido num contexto de uma operação militar em que estava envolvida a brigada dele, que faz parte da Legião Internacional, que combate lado a lado com o Exército ucraniano.
Jerónimo Guerreiro terá morrido nos arredores de Kupiansk, numa zona controlada pelos russos. "O corpo encontrar-se-á, presumivelmente, em Kupiansk, que é uma área que estará sob controlo de russos. Naturalmente, aguardamos por informações mais seguras", adianta José Cesário.
O secretário de Estado esclarece que, em cenário de guerra, só as Forças Armadas — neste caso, ucranianas ou russas — é que poderão "fazer chegar o corpo".
"É uma situação difícil. A nossa embaixada foi contactada por nós já ontem [sábado] à tarde, para fazer todas as diligências possíveis no sentido de obter o máximo de informações. Naturalmente vamos aguardar nos próximos dias. Mas, repito, é uma situação muito delicada, muito difícil. No contacto físico com a mãe do jovem, transmiti-lhe exatamente essa dificuldade. Mas tudo faremos para que o corpo seja encontrado e possa ser entregue à família, porque sei bem a dor que aquela mãe está a passar neste momento", garante.
O Estado português está, então, em contacto com as autoridades ucranianas, mas, numa situação "limite", José Cesário também admite diálogos com as autoridades russas.
"Para já estamos em contacto com as autoridades ucranianas para tentar clarificar a situação, confirmar os factos e, no caso de efetivamente se confirmar em definitivo, poder chegar ao corpo e que o corpo possa ser entregue à família", adianta.
Segundo o Linkedin do próprio, foi paraquedista no Exército português durante quatro anos e bombeiros voluntário em Queluz, Lisbonenses e Sacavém. Adianta também que foi combatente numa "equipa de operações especiais na Ucrânia durante nove meses".
Os Bombeiros Voluntários de Sacavém deixaram uma homenagem ao português na rede social Facebook.
"Partiu mais um dos nossos, fica connosco o legado de coragem, entrega e humanidade que definiu cada gesto da sua vida. Servir como bombeiro é escolher colocar a vida dos outros acima da própria. É correr para o perigo quando todos fogem. É enfrentar o fogo, a água, o tempo e o medo com o coração firme e a missão no olhar. À família, aos amigos, deixamos os mais profundos sentimentos. Que a dor desta perda seja suavizada pelo orgulho de ter convivido com alguém tão nobre. E que o seu exemplo nos continue a guiar", lê-se na publicação.
