O sociólogo considerou que «vai ser difícil» o entendimento entre o mundo da política, do negócio e da economia, aliança que durou vários anos e que foi quebrada por causa da crise financeira.
Corpo do artigo
«Já não é possível fazer negócios como há dez anos, autoestradas como há dez anos, já não é possível fazer 'swaps' como há dez ou há cinco anos, já não é possível fazer PPP [Parcerias Público-Privadas] como há 10 anos ou há 15, ou há 8 anos ou há seis anos», disse.
«Estes fenómenos, - que parecem fenómenos de banditismo, corrupção, promiscuidade, chamem-lhe o que quiserem, retirem agora a parte moral disto - estas coisas colaram as partes, colaram o negócio, a banca, as empresas as multinacionais, as autarquias, o governo central, os partidos principais, isto conseguiu sobreviver, simplesmente agora já não é possível, já não há dinheiro», sublinhou.
António Barreto mostrou-se ainda preocupado com a sustentabilidade da democracia portuguesa, afirmando que o consenso entre os partidos políticos está «quebrado».
«Basta ouvir um qualquer debate parlamentar, basta ouvir qualquer diálogo entre oposição e situação, oposição e o Governo e nós percebemos que o consenso está quebrado e percebe-se que não há maneira de conseguir um novo consenso», disse.
«A democracia portuguesa viveu graças a três ou quatro grandes fatores, vamos-lhe chamar os pilares da democracia, um deles foi um certo e relativo consenso político entre dois grandes partidos e mais um ou dois pequenos e fez-se uma Constituição», recordou.
António Barreto falava hoje à tarde, durante a Universidade de Verão do PSD, que está a decorrer desde segunda-feira, em Castelo de Vide (Portalegre).