Uma nova Constituição e a realização de um referendo a essa nova Lei Fundamental foram ideias destacadas pelo sociólogo na Universidade de Verão do PSD.
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Explicando as razões por que defende uma nova Constituição ou, pelo menos, a «renovação profunda da actual», António Barreto criticou a carga ideológica excessiva da Lei Fundamental e lamentou que os preceitos nela inscritos impeçam algumas reformas e «a procura livre de soluções para muitos problemas» e condicionem excessivamente os Governos, a Assembleia da República e o próprio legislador.
Para o sociólogo é necessário que Portugal tenha uma Constituição «positiva, orgulhosa, não defensiva, simples e breve, que diga onde está a liberdade [de cada cidadão] que é a coisa mais importante».
Na sua intervenção na Universidade de Verão do PSD, que decorre até domingo em Castelo de Vide, António Barreto qualificou a Constituição como «barroca e ilusória». O seu principal defeito, diz o sociólogo, é «que diminui a liberdade dos cidadãos, dos seus representantes, do Parlamento e do Governo».
António Barreto preconizou um método diferente do que está em vigor para a renovação da Lei Fundamental, sugerindo a criação de uma comissão de debate sobre a Constituição com um mandato de um ano, que possa discutir no Parlamento a reforma e envolva os tribunais superiores, as universidades, as confederações patronais, os sindicatos, as autarquias, «o povo português», porque «todas as pessoas têm algo a dizer» sobre a sua «Magna Carta».
«Para que ninguém diga não tenho nada a ver com isso, nem o Presidente da República, nem o Parlamento, que ninguém diga não tenho nada a ver com isso, porque todos têm muito a ver com isso», frisou.
Esse debate, continuou, deveria terminar com um referendo «em que o povo português pela primeira vez votasse sim ou não» à nova Constituição.